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UFPI treina alunos para exploração subaquática

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Quarta - 25/01/2012 às 20:01



Foto: divulgação O objetivo é explorar os navios naufragados
O objetivo é explorar os navios naufragados
 Com mais de dois mil navios naufragados na baía brasileira, arqueólogos e a Marinha vêem na arqueologia subaquática uma nova forma de estudo do patrimônio cultural. Porém, a especialidade que antes não era considerada nem ciência ganha outros interesses, como da empresa americana - Odyssey Marine Exploration - que acumula dinheiro explorando tesouros escondidos sob as águas.

Apesar de temer a entrada da empresa americana no Brasil, o pesquisador e presidente da Sociedade de Arqueologia Brasileira, Gilson Rambelli, tem o seu otimismo sustentado por mudanças na academia. Dos dez cursos de graduação em arqueologia do país, pelo menos dois - das universidades federais de Sergipe (UFS) e Piauí (UFPI) - já têm disciplinas obrigatórias de arqueologia subaquática. Com isso, há expectativa de que aumente o número de interessados em continuar nesta área no mestrado e doutorado.

"Trata-se de uma área em expansão", assegura Flávio Calippo, professor da UFPI. "A demanda é grande e vem principalmente dos licenciamentos de áreas portuárias e de obras que envolvem estruturas submersas, como hidrovias, dragagens e emissários submarinos", acrescenta.

Doutor em Arqueologia pela USP, Paulo Bava de Camargo assinala que, hoje, os empreendimentos portuários são construídos nos limites ou até mesmo longe das grandes cidades litorâneas, estimulando a prospecção arqueológica de áreas sobre as quais os pesquisadores praticamente não dispunham de informações há cerca de cinco anos.

É por este ganho crescente de tecnologia que os arqueólogos brasileiros não veem com simpatia a atuação da Odyssey - mesmo quando ela caça tesouros a uma profundidade "economicamente inviável ou fisiologicamente impossível", segundo Camargo:

"Nos documentários da empresa há algumas abordagens que se aproximam do trabalho do arqueólogo, mas se destaca muito mais a preocupação com as imagens e o posicionamento do robô", avalia. "Tudo isso num tom aventuresco e de ligeiro deboche das autoridades dos países afetados pelas intervenções. Mostram uma grande e cara parafernália que não envolve qualquer interação humana direta com o sítio arqueológico".

Rambelli, que viu a arqueologia subaquática nascer por aqui, tem a esperança de testemunhar seus colegas irem ainda mais fundo.

"Nós nunca esgotamos um sítio arqueológico. Afinal, no futuro, haverá mais tecnologia", assinala. "Nada substitui a mão do profissional. Hoje não mergulhamos a 100, 200 metros de profundidade, mas um dia podemos chegar lá".

Fonte: oglobo

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