Política Nacional

Trapalhadas de Temer prejudicam os mais pobres, denuncia senadora

Regina Sousa lamenta a decisão do governo de suspender reajuste do Bolsa Família

Terça - 04/07/2017 às 19:07



Foto: Assessoria Senadora Regina Sousa, presidente da Comissão de Direiros Humanos do Senado Federal
Senadora Regina Sousa, presidente da Comissão de Direiros Humanos do Senado Federal

Na avaliação da senadora Regina Sousa (PT-PI), presidenta da Comissão de Direitos Humanos (CDH), é “absurdo” o governo penalizar mais uma vez o cidadão mais carente de proteção do Estado brasileiro com cortes de recursos.  Dando sequência ao pacote de maldades de Michel Temer contra a população mais pobre e vulnerável, o governo federal decidiu suspender o reajuste do Bolsa Família que estava prevista para ser anunciado neste mês.

De acordo com informações noticiadas pela imprensa, Temer pretendia conceder aumento de 4,6% no benefício como instrumento de busca por popularidade – pesquisa DataPoder360, de junho, aponta que 2% dos brasileiros avaliam positivamente o governo.

Mas a área econômica teria avaliado que, em meio à crise financeira, não há espaço no Orçamento para isso. O ano de 2017 é o primeiro a ter o orçamento baseado nas regras da emenda constitucional 95 – teto de gastos. 

Para se ter uma ideia, pelas regras do teto de gastos, a despesa da União para o próximo ano poderia crescer aproximadamente 3%.

Levantamento da Folha de S. Paulo aponta que a previsão de despesas obrigatórias com INSS, aposentadorias de servidores federais e benefícios a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda crescerão mais que o dobro desse valor permitido: 8%.

“No momento em que se discute a reforma trabalhista, cortes na Previdência e o governo propõe o refinanciamento da dívida dos grandes devedores, mais uma vez Temer mostra que está a serviço dos mais ricos e poderosos ao cancelar um pequeno reajuste que faria muita diferença na vida das famílias mais pobres do País”, disse a senadora.

As idas e vindas de Temer iniciaram ainda durante o processo cujo resultado foi o golpe parlamentar desferido contra a presidenta legitimamente eleita em 2014, Dilma Rousseff.

Em 6 de maio de 2016, a então presidenta Dilma editou decreto concedendo reajuste de 9% aos benefícios do Bolsa Família. Na época, o governo disse que o valor médio do benefício médio pago para 13,8 milhões de famílias passaria de R$ 162 para R$ 176 mensais.

Semanas depois, Temer, ainda como presidente interino, cancelou o reajuste concedido por Dilma para, no final o mesmo mês, após repercussão negativa da suspensão do reajuste concedido por Dilma, anunciar a liberação de R$ 700 milhões, com reajuste de 12,5% do benefício.

“O governo golpista achava que não conceder o reajuste do Bolsa família anunciado pela presidenta Dilma iria ficar impune. Mais uma vez, Temer é pressionado e é obrigado a voltar atrás. Diziam que a autorização dada por Dilma era ilegal, que era irresponsabilidade fiscal e era eleitoreira. Agora pode? Finalmente reconhecem que o reajuste dado pela presidenta era legal, correto e responsável”, questionou, à época, a ex-ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello.

Reconhecimento

Iniciativa dos governos Lula e Dilma, o Bolsa Família é uma das iniciativas de combate à pobreza e à fome mais reconhecidas no mundo. Famílias que viviam abaixo da linha da pobreza passaram a ter acesso a uma renda mensal, sob a condição de manter as crianças e adolescentes na escola, além do acompanhamento das unidades de saúde.

Presente em todos os municípios brasileiros, o programa atende 25% da população – o que representa 13,8 milhões de famílias – com um investimento que equivale a 0,5% do PIB. Cada R$ 1 gasto resulta em impacto de R$ 1,78 no PIB, em especial no consumo e na renda. Com o programa, 36 milhões de pessoas saíram da linha de pobreza.

Fonte: Assessoria

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