Educação

Tranqüilidade na escolha do sucessor de Fidel

Piauí Hoje

Domingo - 24/02/2008 às 04:02



Os cubanos escolhem com calma e até com certa apatia, neste domingo, o novo presidente do Conselho de Estado, após quase 50 anos com Fidel Castro no poder.Em Havana, o clima é de absoluta tranqüilidade no dia dareunião da Assembléia Nacional, na qual será anunciado o nome dosucessor de Fidel, até agora não revelado oficialmente, mas quemuitos acreditam que será o presidente interino há 19 meses, ogeneral Raúl Castro, de 76 anos e irmão do líder da RevoluçãoCubana.Jorge, de 29, anos, disse à Agência Efe que não se importa muitocom a sucessão, pois o que o preocupa mesmo é conseguir umapermissão para abandonar a ilha.Tomás, um pedreiro de 47 anos, aguardará o que vai acontecer: "Éa primeira vez que acontece isto. É preciso esperar para ver comoficarão as coisas".Para ele, não há dúvidas de que o novo chefe de Estado e deGoverno será Raúl Castro, presidente provisório desde 31 de julho de2006, e que com o irmão de Fidel "as coisas podem melhorar umpouco".A tranqüilidade foi a tônica em Cuba desde que, na terça-feirapassada, o líder da Revolução Cubana, de 81 anos, anunciou nos meiosde comunicação da ilha, todos estatais, que não aceitará a renovaçãode seu mandato.O nome do novo chefe de Estado será declarado oficialmente após ainstalação de uma nova legislatura de cinco anos da AssembléiaNacional do Poder Popular, que tem duas sessões por ano e no últimoqüinqüênio, com exceção dos orçamentos anuais, aprovou apenas umalei.A sessão começa no Palácio das Convenções de Havana, às 10h(13h de Brasília), quando os 614 deputados eleitos no dia 20 dejaneiro assumirão seus postos.Depois, provavelmente a portas fechadas, será eleita a novadireção do Parlamento, o presidente, os vice-presidentes e osecretário e demais membros do Conselho de Estado, integrado por 31pessoas.Enquanto o mundo comenta as mudanças institucionais em Cuba, nasruas de Havana o povo parece alheio ao fato de que, pela primeiravez desde a sua criação, em 1976, o Conselho de Estado não serápresidido pelo líder da revolução de 1959.Sacha, estudante de 18 anos, disse que a política não lheinteressa."Aqui não vai acontecer nada, e se ocorrer alguma confusão, jáestaremos preparados", disse, salientando que essa "confusão" sópode vir de fora de Cuba, em referência aos Estados Unidos.Dania, de 60 anos, não acredita que a renúncia de Fidel trarámudanças, porque o líder "preparou o povo durante tempo para quandoisto ocorresse"."O mais certo é que assuma Raúl. Portanto, tenho certeza de quetudo continuará como até agora", acrescentou a cubana, que trabalhanuma policlínica.O jornal oficial "Granma" afirma hoje que os 614 deputados terão"a importantes e histórica missão" de escolher os componentes doConselho de Estado.No entanto, não faz referência direta à sucessão do "companheiroFidel", como este aparece na imprensa oficial desde que, naterça-feira, pediu para ser chamado assim.Em Havana, pelo menos abertamente, apenas diplomatas, analistas ecorrespondentes estrangeiros fazem debates sobre quem serão os novospresidente, vice-presidentes, líderes do Parlamento e demaisintegrantes dos conselhos de Estado e de Ministros

Fonte: UOL

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