Daiane prestou depoimento quando ainda estava internada no Hospital Souza Aguiar, no Centro do Rio. A jovem não quis contar aos policiais quem atirou nela e disse que, caso os agentes insistissem, diria que foi vítima de bala perdida.
- A gente sabe que não é verdade. Foram três tiros na perna. Mas ela está apavorada. A família dela mora na Maré - contou José Pedro.
Daiane não voltou para casa depois de ter alta, nesta quinta-feira. Ela está escondida e disse que não quer proteção policial.
Bernardo deve ser chamado para prestar depoimento na próxima semana. O lateral direito Wellington Silva também será convocado. Segundo o delegado, o jogador do Fluminense é nascido e criado na Maré e negociou a libertação de Bernardo com os traficantes. José Pedro, porém, disse não ter expectativa de que ele colabore com a investigação:
- É cria da favela, tem família lá.
Menor P é um dos bandidos mais procurados do Rio. O Disque-Denúncia oferece uma recompensa de R$ 2 mil por pistas que levem à prisão do traficante. Ele teve a prisão decretada pela Justiça a pedido da 21ª DP, depois que inquéritos da delegacia confirmaram que ele é chefe do tráfico na Maré. Em março deste ano, Menor P e outros quatro cúmplices foram condenados a quatro anos de prisão.
Ex-integrante da brigada paraquedista, Menor P se tornou se tornou um dos chefões do tráfico depois da morte de Márcio José Sabino Pereira, o Matemático, baleado numa operação policial em maio de 2012.
Bernardo e a Daiana teriam sido flagrados por bandidos na região da Favela Salsa e Merengue, e então levados para o Morro do Timbau. Lá, os dois teriam sido amarrados com fita crepe, torturados e espancados. O casal teria levado, inclusive, choques elétricos.
Fonte: Extra