Trabalhadores em saúde dizem ser explorados por clínicas particulares

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HUT Foto: Reprodução

 Quem visita o polo de saúde de Teresina e observa aquelas clínicas suntuosas e cheias e equipamentos de última geração nem imagina que por trás de algumas daquelas paredes se praticam um dos mais horrendos crimes contra o ser humano: a exploração da mão de obra do trabalhador. Em declarações exclusivas para o portal piauíhoje vários técnicos em enfermagem denunciaram que grande parte das clínicas paga salários de fome para a categoria. Enquanto se explora trabalhadores observa-se o crescimentodo patrimônio dos donos destas clínicas particulares. Alguns deste empresários da Saúde são multimilionários com direito a possuir até aviões modernos.

Hoje dezenas de técnicos em enfermagem que trabalham em algumas desta clínicas recebem menos do salário mínimo por mês. “Com os descontos alguns destes profissionais recebem no máximo R$ 755,00. Muitos só cobrem o salário mínimo quando são casados e tem filhos porque complementam com o salário família”, disse uma técnica em enfermagem que trabalha em uma das mais renomadas clínicas de Teresina e pediu reservas do nome. Ela disse que há casos ainda piores.

A profissional explicou que a categoria que trabalha no regime de 30 horas semanais são os mais explorados. Estes não têm sequer um piso salarial e vivem a mercê de inescrupulosos empresários da saúde. “Perto do que recebemos, os técnicos em enfermagem lotados no serviço público estão muito bem. Eles recebem exatamente o dobro do que ganhamos com a vantagem de trabalhar bem menos”, explica outro profissional ouvido pela reportagem.

Nos hospitais publicos os técnicos geralmente trabalham dois dias e folgam um. Já nas clínicas particulares é de segunda a sexta-feira, sem contar os casos de algumas clínicas que resolveram abrir aos sábados e que não pagam a diária ao trabalhador, ou seja fica de graça.

A exploração dos trabalhadores através de não pagamento de horas-extras é outra constante. Na maioria das clínicas os trabalhadores não saem na hora exata. Eles ainda são obrigados a ficar as vezes até uma hora a mais além do seu expediente e nada recebem. Há casos de técnicos em enfermagem que por baixo trabalham 30 horas-extras mensalmente e o fruto do seu suor acaba nos bolsos dos patrões.

Outra denúncia é de que a carga horária destes profissionais é extremamente estressante. Eles, na sua maioria não ficam lotados apenas em um determinado setor. São chamados às pressas a cobrir ausências de outros ou mesmo ajudar a terceiros, sempre dentro de uma correria aumentando a possibilidade de erros que podem virar acidentes até mesmo fatais tanto para os pacientes quanto para os próprios profissionais.

Enquanto tudo isto acontece os donos das clínicas vão ganhando cada vez mais dinheiro. A maioria não trabalha com pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Elas (as clínicas) atendem no mínimo através dos planos de Saúde porque o grande filão mesmo são as consultas e exames particulares previamente agendados por donos de pensões ou à suas ordem, transformando o famoso Polo de Saúde de Teresina em um vergonhoso balcão de negócios.

Para se ter uma ideia do lucro exorbitante dos mercadores da saúde basta de dizer que apenas um exame de ressonância magnética tem um valor que dá para pagar o salário de um técnico em enfermagem do mês inteiro. Há casos de clinicas que realizam mais de 40 destes exames por dia.
Para os técnicos em enfermagem ouvidos pela reportagem chega a ser desestimulante para as famílias colocarem os seus filhos nas escolas. O argumento é simples: para que colocar uma pessoas para fazer um curso técnico se ao entrar no mercado de trabalho essa pessoa vai ganhar menos do que quem trabalha nos serviços gerais.

Esse trabalhadores não contam a ação fiscalizadora do Ministério Público do Trabalho e muito menos do Superintendência Regional do Trabalho e Emprego. Apenas o Sindicato dos Enfermeiros, Auxiliares e Técnicos em Enfermagem (Senatepi), está começando a desenvolver um trabalho gigantesco na defesa deste trabalhadores.

Fonte: Da redação

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