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Torcedores corintianos são presos em São Paulo acusados de ameaçar juíza

Seis torcedores corintianos foram detidos na manhã desta terça-feira (8) acusados de ameaçar a juíza Marcela Assad Caram

Terça - 08/11/2016 às 12:11



Foto: Esportes - Terra Corintianos
Corintianos

Seis torcedores corintianos foram detidos na manhã desta terça-feira (8) acusados de ameaçar a juíza Marcela Assad Caram, que decretou no dia 25 de outubro a prisão preventiva de 31 pessoas envolvidas na briga no Maracanã durante o jogo entre Corinthians e Flamengo. A operação realizada em conjunto pela Polícia Civil de São Paulo e do Rio de Janeiro está em andamento e os suspeitos estão sendo encaminhados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) da capital paulista.

Ao todo, foram emitidos 21 mandados de busca e apreensão e dez de prisão temporária. Eles são acusados de associação criminosa e coação no curso do processo.

Segundo a Polícia Civil do Rio de Janeiro, um dos torcedores que tiveram a prisão decretada esteve entre os envolvidos no caso da morte do adolescente Kevin Espada, atingido por um sinalizador na cidade de Oruro, na Bolívia, em 2013. Outros três também têm passagens por crimes relacionados à intolerância desportiva. 

As ameaças feitas em mensagens no Facebook da juíza começaram no dia seguinte à decisão da magistrada em converter a prisão dos 31 corintianos de flagrante para preventiva, no dia 25 de outubro. Todos os envolvidos seguem presos no Rio de Janeiro enquadrados por crimes de lesão corporal, dano qualificado, provocar tumulto em locais de jogos, resistência qualificada e associação criminosa.

Titular da Drade (Delegacia de Repressão e Análise aos Delitos de Intolerância Esportiva), a delegada Margarete Barreto destacou ao UOL Esporte que o balanço e mais informações sobre o caso serão divulgados ao final da operação que começou por volta das 5h (de Brasília). 

"São torcedores de organizadas e também torcedores comuns. As diligências estão sendo feitas e mais pessoas poderão ser detidas. Esse procedimento foi possível graças à ação das polícias de São Paulo e Rio de Janeiro", disse.

A operação desta terça-feira é coordenada pela delegada Daniela Terra e é resultado de uma investigação desenvolvida pela Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

De acordo com a investigação, Marcela Caram e seu marido receberam diversas mensagens de cunho ofensivo e ameaças, o que segundo a delegada se configura em uma conduta inadmissível em um Estado democrático de Direito.

"As ameaças proferidas contra a juíza e sua família com o objetivo de intimidá-la na prática de seu ofício são um afronta ao Poder Judiciário", disse Daniela Terra, em comunicado divulgado pela Polícia Civil do Rio de Janeiro.

A Associação de Magistrados do Rio de Janeiro (AMAERJ) já havia se manifestado sobre as ameaças a Marcela Caram e pedido providências. Confira a nota na íntegra:

A AMAERJ manifesta seu integral apoio à juíza Marcela Assad Caram, que vem sendo covardemente ameaçada nas redes sociais, após ter mantido presos 31 torcedores do Corinthians responsáveis por agressões a policiais, em partida contra o Flamengo, domingo (23) no Maracanã.

A magistrada exerceu sua função de acordo com a lei e sua convicção em um caso grave, que infelizmente se repete nos estádios de futebol de nosso país. Desde então, tem recebido virulentas agressões verbais e ameaças pelas redes sociais. Fotos suas e de sua família foram reproduzidas pela internet, junto a comentários ofensivos e estimulando a violência, expondo sua segurança e a de seus parentes.

A AMAERJ considera inadmissíveis atitudes criminosas como essas contra um magistrado no exercício de sua função e solicita aos órgãos competentes imediata atuação para identificar e responsabilizar os responsáveis.

Fonte: UOL

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