Saúde

Testes de sangue fazem diagnóstico de mal de Alzheimer e de esquizofrenia

Chegar nesse ponto é o objetivo de diferentes grupos de pesquisadores brasileiros

Sexta - 10/03/2017 às 10:03



Foto: Doutíssima Exame de Sangue
Exame de Sangue

Algumas gotas de sangue depois e sai o diagnóstico certeiro, positivo ou negativo, de doenças como mal de Alzheimer, esquizofrenia ou autismo. Chegar nesse ponto é o objetivo de diferentes grupos de pesquisadores brasileiros que, até o momento, têm obtido bons resultados na empreitada.

Os pesquisadores, contudo, deixam claro que os exames ainda estão em estágio inicial de estudos que envolvem poucos voluntários. Mas os avanços –tanto aqui como lá fora– indicam que o diagnóstico rápido dessas doenças não está longe.

Hoje, não há um exame específico que identifique o alzheimer e a esquizofrenia, doenças que, respectivamente, afetam 28 milhões e mais de 21 milhões de pessoas no mundo, segundo a OMS (Organização Mundial da Saúde).

No caso do alzheimer, para descartar a possibilidade de outras doenças são usados exames do líquido cerebrospinal (ou líquor, normalmente retirado da lombar) e tomografia computadorizada ou ressonância magnética. O problema é que nem sempre o resultado é claro ou rápido, o que traz sensação de insegurança e incerteza aos pacientes.

Um exame que desse um tiro certeiro na dúvida e apontasse a presença ou ausência da doença poderia significar um baita progresso, especialmente para o início mais precoce de tratamentos.

Para tanto, os cientistas da Ufscar (Universidade Federal de São Carlos) miraram em biomarcadores, mais especificamente em um: ADAM10, proteína que pesquisas têm relacionado ao alzheimer.

O estudo paulista trabalhou com uma amostra de de 24 pessoas: oito saudáveis, oito com pré­alzheimer e outras oito diagnosticadas com a doença. Todos os voluntários tinham mais de 60 anos.

Os pesquisadores coletaram sangue dos participantes e depois colocaram o material sobre um sensor desenvolvido pela equipe de pesquisa. Cerca de 30 minutos depois, o aparelho conseguia detectar alterações nos níveis de ADAM10. Desse modo, foi possível separar e diferenciar cada um dos grupos.

"O teste que desenvolvemos poderá servir para diagnosticar a doença em sua fase mais inicial, quando poucos sintomas estão presentes", afirma Márcia Cominetti, cientista da Ufscar e uma das pesquisadoras responsáveis pelo estudo.

Segundo a pesquisadora, o exame desenvolvido por ela poderia evitar que o alzheimer seja confundido com outras doenças, como frequentemente ocorre hoje.

Fonte: Folha de São Paulo

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