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Teresina fechou o ano de 2015 com a inflação em dois dígitos: 10,67%, para ser mais exato. A informação é da Fundação Cepro, órgão oficial responsável pelo cálculo do Índice de Preços ao Consumidor (IPC) no Piauí. Em novembro, este número já havia chegado aos dois dígitos; porém, segundo o diretor de Estatísticas da Cepro, responsável pela pesquisa, Elias Alves Barbosa, não se esperava um aumento tão significativo no último mês do ano.

“Todo mês de dezembro temos alta em determinados setores, mas há muitos anos não se chegava a tanto. Tivemos agora um aumento de 1,18% no Custo de Vida do teresinense e isso dado, principalmente, aos produtos alimentícios que, sozinhos, aumentaram 2,64%”, descreve o pesquisador.

Segundo ele, o setor alimentação foi também um dos principais responsáveis pelo aumento anual da inflação na capital. “Analisando a inflação no contexto anualizado, a variação acumulada de 10,67% foi influenciada diretamente pelo aumento no preço dos Alimentos (+13,55%), do custo dos Transportes (+13,77%), e dos Serviços de Natureza Pessoal (+13,41%), setores que tocam diretamente sobre o orçamento das famílias de menor poder aquisitivo”, esclarece Elias Barbosa.

Apesar dos aumentos significativos apontados durante o mês de dezembro, o relatório apresentado pela Fundação Cepro mostra o setor de vestuário com uma deflação expressiva de 1,42%. “Isso aconteceu porque, como diminuiu o poder de compra do consumidor, então os gastos ficaram limitados ao que é estritamente necessário, o que fez com que esse setor baixasse ainda mais os valores dos produtos para atrair o teresinense; vimos isso neste último mês e vamos ver isso se repetir nos próximos, com certeza”, explica o diretor de Estatística.

Cesta básica

De acordo com relatório apresentado pela Fundação Cepro, o custo da Cesta Básica, indicador de referência direta ao poder de compra do salário mínimo, encerrou o mês de dezembro com um valor total de R$ 307,12 e um crescimento de 4,76%, em relação ao mês anterior. Para o ano de 2015, foi registrado aumento na inflação da cesta básica de 15,91%.

De acordo com Elias Alves Barbosa, o setor Alimentação, que, obviamente, influencia diretamente no custo da cesta básica, está tendo uma característica atípica a todos os demais segmentos. “Todos os produtos desse setor estão caminhando juntos e a cesta básica vai junto. É um segmento onde o aumento está praticamente generalizado”, aponta o diretor.