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Terapia melhora a capacidade de caminhar em pacientes com esclerose mú

esclerose multipla nova terapia

Quinta - 10/04/2014 às 22:04



Aproximadamente 70% dos pacientes com esclerose múltipla (EM) que apresentam dificuldade para caminhar relatam que esse é o aspecto mais desafiador da doença - que afeta o sistema nervoso central e interfere na capacidade do cérebro e da medula espinhal em controlar outras funções básicas, como, por exemplo, caminhar, falar e comer. Mesmo em fases iniciais é possível observar alterações, de limitações leves a paralisias completas, que comprometem a mobilidade dos portadores. De acordo com o estudo de Van Asch e colaboradores, mais de 93% das pessoas diagnosticadas com a doença relataram problemas de mobilidade dentro dos dez primeiros anos após o diagnóstico[1].



Uma nova terapia indicada para esse problema em pacientes com esclerose múltipla e que está sendo lançada no Brasil tem apresentado resultados animadores logo nas duas primeiras semanas de tratamento². Trata-se do Fampyra® (fampridina), da Biogen Idec, primeiro tratamento indicado para a melhora da capacidade de caminhar em portadores com todos os tipos da doença, incluindo as formas progressivas da esclerose múltipla. Isso porque o medicamento possui um mecanismo de ação único que possibilita a melhora na propagação do impulso elétrico, agindo como um bloqueador do canal de potássio. Por ser lipossolúvel, a fampridina atravessa a membrana celular do axônio e bloqueia os canais de potássio expostos, o que leva à redução do seu vazamento, à melhora na condução do impulso elétrico e à restauração da função neurológica.



No estudo de fase III, de Goodman e colaboradores, publicado no The Lancet, aproximadamente 35% dos pacientes tratados obtiveram melhora na capacidade de caminhar. Em média, os pacientes definidos como respondedores à medicação apresentaram melhora de 25% na velocidade de caminhada, medida por meio do Teste de caminhada cronometrada de 25 pés ou por 7,62 metros[2]. No segundo estudo dos mesmos autores, publicado no Annals of Neurology, os resultados demonstraram que 43% dos pacientes no grupo de Fampyra® responderam ao tratamento em comparação com 9,3% no grupo que recebeu placebo[3].

"Uma terapia com perfil de tolerabilidade e segurança que ajude a manter a mobilidade do portador de EM reflete diretamente no bem-estar, na independência e na socialização dos pacientes, além de ser uma adição valiosa e bem-vinda no tratamento de um importante sintoma da doença", ressalta o neurologista Tarso Adoni, diretor técnico do Centro de Referência e Tratamento da Esclerose Múltipla do Hospital Sírio Libanês.





"Como uma empresa comprometida com a contínua pesquisa e desenvolvimento de medicamentos que prezam pela qualidade de vida dos pacientes, sentimos muita satisfação em poder disponibilizar aos portadores de EM brasileiros uma opção terapêutica que ajude a melhorar a condição de mobilidade, autonomia e bem-estar de uma significativa parcela de pessoas que convivem com a doença", comemora Gorana Dasic, diretora médica da Biogen Idec no Brasil.



Causas da dificuldade de caminhar

A mielina é um material isolante que aumenta a velocidade das correntes elétricas que se propagam ao longo das fibras nervosas. Ela é essencial para o funcionamento do sistema nervoso. Em pessoas saudáveis, a neurotransmissão ocorre por meio da propagação de impulsos elétricos (conhecidos como potenciais de ação) ao longo das fibras nervosas (axônios), revestidas por uma camada (bainha) de mielina. A bainha de mielina é caracterizada por alta resistência e pouca capacidade de guardar uma carga elétrica. Essas características impedem que o impulso elétrico deixe o axônio e auxiliam a rápida condução com pouco uso de energia. Isso faz da bainha de mielina um componente fundamental da neurotransmissão.



Em doenças neurodegenerativas, como a EM, a bainha de mielina fica danificada, em um processo chamado desmielinização, que expõe os canais de potássio da membrana axônica, causando a perda ou vazamento incontrolável de potássio. Fampyra® (fampridina) é um bloqueador do canal de potássio de amplo espectro. Em estudos com animais, o componente ativo da fampridina mostrou aumentar a condução de potenciais de ação em axônios desmielinizados, por meio da inibição dos canais de potássio.



Dados clínicos revelam que de 64 a 85% dos pacientes reportam que existe perda de mobilidade em algum estágio da doença³,[4],[5]. Basicamente, cerca de 50% dos portadores precisarão de algum auxílio para se locomover após quinze anos do diagnóstico[6]. A dificuldade de caminhar também costuma impactar negativamente a realização de atividades diárias, a autoestima e as relações na vida pessoal e profissional.



Desenvolvimento e comercialização

A fampridina foi desenvolvida e está sendo comercializada nos Estados Unidos pela Acorda Therapuetics, Inc. (NASDAQ: ACOR), sob o nome comercial Ampyra® (dalfampridine) comprimidos revestidos de liberação prolongada, 10 mg. A Biogen Idec licenciou os direitos da Acorda para desenvolver e comercializar, sob o nome comercial Fampyra®, em todos os mercados fora dos Estados Unidos.



Fampyra® está disponível em duas apresentações, de 28 e 56 comprimidos. Os comprimidos de Fampyra® são acondicionados em cartuchos com dois ou quatro frascos. Cada frasco contém 14 unidades. A dose usual é de 1 comprimido pela manhã e 1 comprimido à noite e um intervalo de 12 horas entre os comprimidos deve ser sempre respeitado. Fampyra® está disponível para comercialização no Brasil.



Sobre a esclerose múltipla

A esclerose múltipla é uma doença inflamatória crônica e incapacitante que afeta o sistema nervoso central, constituído pelo cérebro, medula espinhal e nervos ópticos. Ela costuma surgir entre os 20 e 40 anos, fase extremamente ativa do ser humano. Segundo a Sociedade Nacional de Esclerose Múltipla dos EUA (NMSS), a doença afeta 2,5 milhões de pessoas no mundo[7]. No Brasil, o Ministério da Saúde estima que 30 mil brasileiros convivam com a doença, sendo que cerca de 13 mil estão em tratamento atualmente.



Os sintomas mais comuns da esclerose múltipla são fadiga, formigamento ou queimação nos membros, visão embaçada, dupla ou perda da visão, tontura, rigidez muscular e problemas de cognição. Como consequência, a frequência de surtos (episódios de manifestações neurológicas) com recuperação completa ou sequelas permanentes após os períodos de crise, pode ocasionar dificuldades de mobilidade que, ao longo do tempo, evolui para a perda parcial ou total da capacidade de caminhar.



A progressão, gravidade e sintomas variam de uma pessoa para outra. Sua causa é desconhecida, mas a hipótese mais aceita é que seja uma doença autoimune complexa e que fatores genéticos e ambientais também sejam responsáveis pelo seu aparecimento e evolução.



Diagnóstico e tratamento

Por ser uma doença com sintomas comuns a outras patologias, nem sempre o diagnóstico é fácil de ser concluído. O importante é procurar um neurologista, assim que surgir algum sintoma característico (perda da visão, da força, da sensibilidade ou do equilíbrio, visão dupla e alteração do controle da urina) que dure mais de 24h. Além disso, a ressonância magnética do crânio e, muitas vezes, da medula, são fundamentais para definir o diagnóstico.



Embora ainda não haja cura, existem tratamentos para a esclerose múltipla que diminuem o aparecimento dos surtos e reduzem sua gravidade, assim como diminuem o grau de incapacidade e melhoram a qualidade de vida dos pacientes.



Sobre a Biogen Idec

A Biogen Idec é uma empresa global de biotecnologia, com sede nos Estados Unidos, que desenvolve e disponibiliza a pacientes ao redor do mundo, por meio da medicina e ciência de última geração, terapias inovadoras para o tratamento de doenças neurodegenerativas, hemofilia e disfunções imunológicas. Fundada em 1978, a Biogen Idec é a mais antiga empresa de biotecnologia do mundo, que emprega aproximadamente 7 mil profissionais e gera receita anual acima dos US$ 5 bilhões. Detentora de uma longa tradição no tratamento de esclerose múltipla, no Brasil, a empresa ocupa a liderança desse mercado, com dois medicamentos inovadores para o tratamento da doença. Sua subsidiária brasileira possui sede na capital paulista e filial em Anápolis, Goiás. Para mais informações sobre produtos, publicações e informações adicionais sobre a empresa, visite www.biogenidec.c om.br.

Fonte: assessoria

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