Tenente que matou a namorada tem sigilo telefônico quebrado

Ricardo Neto matou por ciúme Iarla Lima com vários tiros de pistola


As irmãs Ilana e Iarla Lima era muito unidas

As irmãs Ilana e Iarla Lima era muito unidas Foto: Arquivo pessoal

A Justiça do Piauí autorizou a quebra do sigilo telefônico do 2º tenente do Exército, José Ricardo da Silva Neto, acusado de assassinar com vários tiros de pistola a namorada Iarla Lima Barbosa, na madrugada do dia 19 de junho, na saída de um bar na zona leste de Teresina. Os dois tinham começado a namorar havia uma semana.

Após o crime, Ricardo fugiu para o apartamento onde morava num condomínio no bairro Santa Isabel, na zona Sul da capital. O corpo da vítima ficou no banco do carona do carro. Ricardo subiu para o apartamento, onde atirou na própria perna. O acusado foi preso em flagrante. 

A decisão foi assinada pelo juiz Luiz de Moura Correia, da Central de Inquéritos de Teresina. A quebra do sigilo atende a solicitação do Núcleo Policial Investigativo de Feminicídio (NPIF). Peritos do Instituto de Criminalística farão a extração dos dados contidos nos celulares do acusado, um Iphone e um Samsung Grand Duos.

Ricardo Neto baleou a irmã, Ilana Lima, e uma amiga da vítima, Joseane Mesquita, atingidas por disparos quando fugiam de dentro do carro, depois que tenente atirou contra Iarla Lima. Ilana foi atingida de raspão na cabeça, Joseane foi baleada no braço. As duas foram atendidas no Hospital de Urgência de Teresina. Iarla foi sepultada no município Governador Eugênio Barros, a 372 km de São Luís, no Maranhão.

"Foi tudo muito rápido, ela nunca imaginava passar por aquilo. Tanto que ela se assustou quando ele apontou a arma para ela e pediu: não faz isso, por favor. Não faz isso Silva Neto", contou Ilana, sobre as últimas palavras da irmã, antes de ser atingida pelos disparos.

"Justiça"

A mãe de Irala, a, Dulcineia Lima da Silva, pediu justiça. “Todo mundo está aqui no mesmo propósito, o de pedir justiça. Pra livrar todas as outras que poderão cair, porque ele foi um Judas. Minha filha dizia pra mim tudo que acontecia e falou pra mim: ‘mãe tem esse rapaz que tá querendo namorar comigo’ e falou, ‘mãe tô saindo pra jantar’. Dia dos namorados aceitou [o pedido], pra quê? E eu avisava, minha filha a gente não tem amigos, mas eu percebi agora, mas ela não sabia... Ela não tem culpa de nada, isso eu tenho certeza. Ela era perfeita, os colegas dela sabem. Por isso que a vida foi tão curta da minha filha. Meu Deus, eu quero justiça. Porque Deus vai ajudar a fazer justiça. É falha a justiça daqui, a gente espera que as autoridades competentes ajudem para não deixar acontecer, não deixar ele sair impune não. Meu Deus, eu lamento pela mãe dessa pessoa também. Porque eu sei que ela deve tá sofrendo, porque eu sou mãe. Minha filha não volta mais, não volta mais. Eu quero falar, pra não acontecer mais isso”, lamentava, durante a caminhada organizada pela família e pelos amigos da estudante, no dia 24 de junho passado. 

O coordenador da Delegacia de Homicídios, delegado Francisco Costa, o Baretta, ouviu o depoimento do tenente, que assumiu a autoria do crime. Ricardo disse que matou a namorada por ciúme.

A decisão 

“O direito à privacidade e à intimidade deve ceder espaço aos ditames de segurança pública e a própria preservação da ordem jurídica, uma vez que a cláusula tutelar da inviolabilidade da intimidade não pode constituir instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas", argumenta o juiz no despacho.

Fonte: Redação

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