Teatro ajuda na ressocialização de detentas no Piauí

O Theatro 4 de Setembro foi palco, nessa quinta-feira (9), do novo espetáculo teatral do projeto Mulheres de Aço e de Flores


Espetáculo Colcha de Retalhos

Espetáculo Colcha de Retalhos Foto: Reprodução

O Theatro 4 de Setembro foi palco, nesta quinta-feira (9), do novo espetáculo teatral do projeto Mulheres de Aço e de Flores, Colcha de Retalhos. O projeto é desenvolvido junto a 80 mulheres privadas de liberdade da Penitenciária Feminina de Teresina, pela Secretaria de Justiça do Estado.

A peçal Colcha de Retalhos, encenada por dez reeducandas da unidade prisional, homenageia Esperança Garcia, negra escravizada da região de Oeiras no século XVIII, que escreveu a primeira petição de liberdade da história e é referência na luta contra a opressão a negros e mulheres.

O espetáculo faz, portanto, alusão à vida de Esperança Garcia, contando histórias de mulheres em processo de transformação, afirmação e redenção, através dos relatos de vida das mulheres privadas de liberdade que atuam como atrizes no projeto.

“Assim como minha personagem, nós, mulheres, somos revolucionárias e seguimos adiante nos nossos propósitos. Vamos emocionar a todos, a cada vez que nos apresentarmos”, destaca a reeducanda Mara Araújo, que interpreta Esperança Garcia na peça.

As detentas Eliane Nunes e Claudilene Freitas, que também atuam na peça, tiveram uma conquista a mais. Depois de cumprirem pena de 8 meses, as duas receberam a liberdade, mas garantem que continuarão fazendo parte do projeto Mulheres de Aço e de Flores.

“Ganhei minha liberdade no Dia Internacional da Mulher e nada me deixa mais feliz do que estrear essa peça no dia em que eu estou livre novamente. É uma conquista dupla e só tenho a agradecer àqueles que acreditam em minha transformação”, relata Eliane.

Na visão do diretor do espetáculo e coordenador do projeto, ator e artista plástico Valdsom Braga, o trabalho realizado com as reeducandas, desde a primeira semana do ano, durante ensaios, teve sua primeira recompensa com a apresentação pública no Theatro 4 de Setembro.

“Foram muitos ensaios e todas elas sempre bem dispostas e interessadas em atuar da melhor forma. Hoje, podemos contemplar a concretização de um trabalho realizado com muito amor, carinho e vontade de viver”, afirma Valdsom Braga.
 

O secretário de Justiça do Piauí, Daniel Oliveira, observa que a arte é um relevante instrumento de ressocialização e, através do projeto Mulheres de Aço e de Flores, tem demonstrado, na prática, o processo de reinserção social das pessoas privadas de liberdade no Piauí.

“O processo de ressocialização é também um processo de autoconhecimento e as reeducandas estão se vivenciando e incorporando essa experiência, buscando, dessa forma, por meio desses projetos, encontrar o melhor de si através da arte”, assinala o gestor.

Fonte: Governo do Estado

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