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Suspeito de matar Mister Piauí era hóspede de Bozola, diz polícia

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Quinta - 25/08/2011 às 21:08



Foto: sedoc Murilo: morte precoce
Murilo: morte precoce
 A Polícia Civil em São Paulo identificou um homem suspeito de matar o modelo Murilo Rezende, de 21 anos, e o analista de sistemas Eugênio Bozola, 52 anos, encontrados esfaqueados por uma faxineira na manhã de terça-feira (23) num apartamento na Rua Oscar Freire, no Jardim Paulista. A prisão temporária do suposto assassino, que está sendo procurado, será pedida na tarde desta quinta-feira (25) à Justiça.

Segundo a polícia, o homem tem cerca de 20 anos e era hóspede de Bozola no imóvel nos Jardins. Ele havia conhecido o analista em Igarapava, no interior de São Paulo, cidade onde a vítima havia nascido. Depois, segundo a polícia, ele pediu para ficar morando provisoriamente por uma semana no apartamento da vítima na capital paulista. Para a investigação, o motivo do crime foi uma desavença entre eles envolvendo justamente o tempo de permanência do hóspede no imóvel.

Uma gravação ajudou o Divisão de Homicídios do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) na identificação do suspeito do homicídio. Investigadores da Equipe L Sul ouviram depoimentos de testemunhas que afirmaram que o agressor, as vítimas e outros amigos do grupo haviam ido a uma pizzaria em Higienópolis e a uma boate gay da Zona Oeste no fim de semana que antecedeu ao crime.

Segundo o delegado Maurício Guimarães Soares, chefe da DHPP, as câmeras da pizzarria gravaram o momento em que o hóspede agressor entrou no estabelecimento comercial com o analista e o modelo. Também foram requisitadas imagens das câmeras da boate, para onde o grupo foi em seguida. "Capturamos essa imagem e ampliamos. Ela bate com o relato do retrato falado feito do suspeito", disse Soares.

De acordo com policiais, a namorada de Rezende afirmou que o modelo havia comentado com ela a respeito do comportamento suspeito do novo hóspede. Assim como o suposto assassino, Rezende também estava hospedado no imóvel de Bozola há alguns meses. Para a mulher, seu namorado pode ter sido dopado pelo assassino.


Foto do suspeito

O delegado Soares afirmou que a foto e o nome desse suspeito do duplo assassinato serão divulgados nesta tarde em São Paulo.

"A investigação aponta que o homicida não queria deixar o imóvel que ocupava de favor no período que foi combinado. O dono do apartamento era o analista de sistemas, que havia cedido o local para o suspeito ficar por uma semana. Ele deveria ter saído na terça, mas não quis. Aí discutiram, brigaram e o hópede matou os dois, ao que parece, a facadas. Provavelmente não foi um crime premeditado", disse o delegado.

Em depoimento à polícia, vizinhos do analista disseram ter escutado gritos de briga na residência dele no início da madrugada de terça. Após a discussão, o suspeito do crime não foi mais visto no prédio. Segundo as investigações, ele fugiu com o carro do analista, um Honda Civic, que ainda não foi localizado. Como o veículo não tem rastreador e o prédio não possui câmeras, os investigadores estão solicitando imagens do circuito de segurança de edificios próximos e de postos de pedágio das estradas paulistas para tentar achar o automóvel.

O resultado do laudo que apontará a causa das mortes deverá ser divulgado pelo Instituto Médico-Legal (IML) dentro de um mês. Bozola foi achado esfaqueado; Rezende também estava com ferimentos à faca e um saco na cabeça. ?Estamos apurando se o modelo foi dopado. Existe a possibilidade de ele ter tomado sem querer um ?boa noite cinderela??, disse o delegado da divisão de homicídios.

Também será pedida a quebra dos sigilos telefônico e bancário do suspeito. Em princípio, somente o veículo de Bozola foi levado.

"Tivemos informações de que o suspeito era de Igarapava e havia vindo a São Paulo para conhecer a cidade. Entretanto, não estava querendo mais sair do apartamento", disse o delegado, que apura se o suspeito e Bozola tinham algum relacionamento. "Isso está sendo investigado."

Testemunhas afirmaram à polícia que Bozola era homossexual. Segundo amigos de Rezende, o modelo era heterossexual e estava morando de favor no apartamento do analista.

O caso havia sido registrado no 14º Distrito Policial, em Pinheiros, como duplo homicídio, mas depois passou para investigação do DHPP. O delegado Mauro Gomes Dias, titular da Equipe F Sul, responsável pela investigação, não quis falar sobre o assunto.

Bozola foi encontrado morto na cozinha de seu apartamento na manhã de terça por sua faxineira. A PM foi acionada e encontrou o corpo do modelo em um quarto. Vizinhos disseram ter ouvido sons de discussão entre a noite de segunda e a madrugada de terça.

Segundo a Polícia Civil, havia na residência sinais de luta, como cinzeiros quebrados e objetos revirados, e marcas de sangue nas paredes. Numa delas, havia a inscrição de uma fação criminosa que age no Rio de Janeiro. Mas segundo o delegado Soares isso foi feito pelo assassino para tentar despistar a investigação da polícia.

Fonte: g1

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