Educação

Superintendentes da Infraero fazem abaixo-assinado contra demissão de

Piauí Hoje

Terça - 26/02/2008 às 04:02



O Ministério da Defesa recebeu um abaixo-assinado de 64 superintendentes da Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária (Infraero) contra a possível substituição do atual presidente da empresa, Sergio Gaudenzi, e de outros diretores. "Pensar que poderemos voltar às disputas políticas noticiadas pelos meios de comunicação e à guerra de denúncias que presenciamos num passado recente é desalentador", diz o documento obtido pela Agência Brasil. No texto, endereçado ao ministro da Defesa, Nelson Jobim, há a ressalva de que a carta foi elaborada espontaneamente e reflete o pensamento de parte dos superintendentes da sede, das regionais e dos aeroportos. A Infraero tem 83 superintendentes, todos funcionários concursados. O Ministério da Defesa confirmou ter recebido o abaixo-assinado na última quarta-feira (20).No abaixo-assinado, os superintendentes afirmam estar "extremamente preocupados" com as notícias divulgadas pela imprensa sobre a possível substituição de Gaudenzi. Nas últimas semanas circularam informações de que partidos da base aliada estariam pressionando o governo para ceder a presidência da empresa estatal. Os servidores lembram no documento que devido à crise enfrentada pelo setor aéreo nos últimos dois anos, período em que foram registrados os dois maiores acidentes da história da aviação civil brasileira, tiveram de passar meses respondendo às críticas e denúncias contra a empresa e "e vendo as argüições implacáveis de colegas nossos e até a demissão de alguns". "Um dos diagnósticos largamente difundidos [durante a crise] foi que o uso político da Infraero contribuiu decisivamente para todo o escândalo que vivenciamos", afirmam. No documento, os superintendentes alegam que a crise serviu para fortalecer a tese de que os cargos de direção da empresa deveriam ser ocupados por gente com perfil técnico e defendem que a escolha de Gaudenzi e dos atuais diretores, "todos com experiência em atividades governamentais ou empresariais", respondeu a uma demanda da sociedade e dos próprios servidores. Gaudenzi é engenheiro civil, com especialização em Planejamento Urbano. Para assumir a presidência da Infraero, no início de agosto de 2007, em substituição ao brigadeiro José Carlos Pereira, Gaudenzi deixou o comando da Agência Espacial Brasileira (AEB). Na ocasião, o ministro da Defesa, Nelson Jobim, afirmou que a escolha de Gaudenzi para a Infraero era parte de um processo de mudanças com o objetivo de reunir na estatal "pessoas que não prometem competência, mas que mostrem competência". Os 64 superintendentes citaram a situação dos aeroportos durante os feriados do final de 2007 e no Carnaval, para afirmar que a crise aérea "passou e, de certa forma, foi suplantada por outros temas". Eles admitem, no entanto, que ainda há muito o que fazer. "As medidas adotadas pela nova diretoria para dar solução às necessidades da infra-estrutura aeroportuária brasileira não são suficientes, mas apresentaram efeitos positivos nos períodos recentes de "rush aéreo", diz o abaixo-assinado. Os servidores dizem temer as possíveis conseqüências da descontinuidade administrativa e da troca semestral de dirigentes da empresa. "Trocar a diretoria agora é jogar fora seis meses de trabalho, o esforço de compreensão e de discussões a respeito de assuntos estratégicos para o país. Há o sentimento de que todo o esforço que vem sendo empreendido para a continuidade do desenvolvimento da infra-estrutura aeroportuária e a melhoria da imagem da empresa poderá tornar-se vão".

Fonte: Agência Brasil

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: