Política

STF rejeitou pedido para busca e apreensão na casa de Renan

Operação Lava Jato Processos Rodrigo Janot Renan Calheiros Polícia Federal

Terça - 15/12/2015 às 22:12



Foto: Reprodução O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
Em meio aos mais de 50 pedidos de busca e apreensão solicitados ao Supremo Tribunal Federal (STF) na nova fase da Operação Lava Jato, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, também encaminhou ao ministro Teori Zavascki uma solicitação para entrar na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). No entanto, o magistrado da Suprema Corte negou autorização para a Polícia Federal (PF) apreender documentos e outras provas na residência de Renan.

Relator dos processos da Lava Jato no STF, Teori Zavascki deu aval para a PF cumprir 53 mandados de busca e apreensão em residências e de políticos e outras pessoas suspeitas de envolvimento no esquema de corrupção que atuava na Petrobras. A ação, batizada de Catilinárias, faz parte das investigações da Operação Lava Jato.

O STF ainda não divulgou os motivos alegados pelo relator do caso para rejeitar a busca na casa do presidente do Senado.

Renan Calheiros é alvo de cinco inquérito da Lava Jato. Um dos delatores do esquema de corrupção que atuava na estatal do petróleo, o lobista Fernando Soares, conhecido Fernando Baiano, afirmou em um de seus depoimentos ao Ministério Público Federal que houve um acordo entre o presidente do Senado, o ex-líder do governo na Casa Delcídio do Amaral (PT-MS), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro Silas Rondeau – filiado ao PMDB – para dividir entre si suborno de US$ 6 milhões pago por meio de um contrato da Petrobras para alugar navios-sonda.

Na última quarta-feira (9), Teori Zavascki atendeu ao pedido da PGR e prorrogou o prazo dos inquéritos sobre oito políticos investigados na Lava Jato, incluindo um Renan Calheiros.

O presidente do Senado tem reiterado nos últimos meses que suas relações com as empresas públicas "nunca ultrapassaram os limites institucionais" e que "nunca autorizou, credenciou ou consentiu" que seu nome fosseutilizado por terceiros.

Cerco a Renan

Apesar de o presidente do Senado não ter sido alvo direto de mandados de busca e apreensão, a Procuradoria Geral da República fechou o cerco em torno do peemedebista. Das mais de cinco dezenas de ações da Polícia Federal nesta terça, ao menos duas miraram pessoas ligadas a Renan Calheiros.

A PF, por exemplo, cumpriu mandado no apartamento do deputado Aníbal Gomes (PMDB-CE), em Brasília. O parlamentar do Ceará é investigado na Lava Jato pela suspeita de participar de reuniões com empreiteiros para tratar de valores de propinas obtidas em contratos com a Petrobras. O envolvimento de Aníbal Gomes no esquema foi denunciado pelo ex-diretor de Abastecimento da estatal Paulo Roberto Costa.

Segundo o ex-executivo, que é um dos delatores da Lava Jato, o deputado era um emissário de Renan, que dava sustentação política para que Costa continuasse como diretor da estatal.

Na época em que foram divulgadas as denúncias, Aníbal Gomes negou as acusações e disse que não houve entrega ou promessa de recursos para ninguém.

Outro nome ligado ao presidente do Senado que foi alvo de mandados de busca e apreensão foi o ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado.

Em depoimento à Justiça Federal do Paraná, Paulo Roberto Costa disse que tinha conhecimento de que a Transpetro repassava propina a políticos. Ele relatou aos procuradores da República ter recebido R$ 500 mil de Sérgio Machado, em razão de a diretoria que ele comandava à época ter participado da contratação de navios para a subsidiária da Petrobras.

Ainda segundo o relator, a propina foi paga em dinheiro na casa de Machado, no Rio. Costa ressaltou no depoimento que não lembra quando ocorreu o negócio, mas que teria sido entre 2009 e 2010. "[O dinheiro] foi entregue diretamente por ele [Machado], no apartamento dele no Rio de Janeiro", contou o delator.

Após as denúncias, Sérgio Machado se afastou da gestão da empresa para que fossem "feitos os esclarecimentos" necessários.

Fonte: globo.com

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