Política

"Sociedade conhece as causas da greve", diz presidente da CUT

Greve geral acontece na próxima sexta-feira (30)

Quarta - 28/06/2017 às 10:06



Foto: Valbia de Sousa Greve Geral
Greve Geral

Movimentos sociais e centrais sindicais em todo o Brasil estão na organização de uma greve geral para paralisar o país no dia 30 de junho de 2017, próxima sexta-feira. Em Teresina, de acordo com o presidente da Central Única dos Trabalhadores no Piauí (CUT - PI), Paulo Bezerra, dezenas de categorias já confirmaram a participação e outras ainda devem aderir nos próximos dias.

Paulo Bezerra conta que as articulações acontecem em todo o Brasil. Na última sexta-feira (23), ele participou de encontro de representantes de centrais sindicais, enquanto representante do Piauí. Ele falou ao Piauihoje sobre a mobilização das categorias profissionais no estado e sobre a situação do governo Temer e das reformas.

Sobre as articulações com as centrais sindicais do Brasil, ele disse que houve ume pequena divergência sobre o dia 30, principalmente em estados do Nordeste, porque no dia anterior, 29 de junho, é feriado em várias cidades por conta do dia de São Pedro, e das atividades juninas. Mas ainda assim, ele conta que foi decidido para manter a data da greve no dia 30. Ele conta que no Piauí não interfere em nada.

“Foi questionada a dificuldade de construir dia 30 principalmente por conta das festividades juninas, temos estados na Região Nordeste que é feriado dia 29, dia de São Pedro, e dia 30 é ponto facultativo, então a greve é prejudicada, mas mesmo assim, a gente decidiu manter. A gente aqui não é prejudicado”, disse o presidente da CUT.

Diversas categorias confirmaram participação na greve geral da próxima sexta. De acordo com Paulo Bezerra, a cada dia que passa, novas categorias anunciam que vão aderir à greve geral. Ele conta que assembleias e comitês de mobilização estão sendo feitos para discutir os temas, que são as reformas, a saída de Temer, e as eleições diretas.

“A gente sabe das deliberações das assembleias dos bancários, rodoviários, municipais, de urbanitários, que reúne Agespisa, Eletrobrás e Chesf, que deliberaram por greve, os hoteleiros também. Aos poucos as categorias estão aderindo à greve do dia 30. O nosso objetivo é suspender as atividades. Não funcionar ônibus, banco, e não funcionar as repartições públicas. O que caracteriza greve é a suspensão. E aí vamos concentrar na Praça Rio Branco a partir das 8h e, em seguida, vamos sair pelas ruas do centro!

Ele fala que as pautas já são de conhecimento da sociedade, foram discutidas no cotidiano da população em geral, principalmente após a greve geral do dia 28 de abril, que teve grande participação.

“Fizemos a greve do dia 28 e as pautas que apresentamos à sociedade já foram discutidas no dia-a-dia e o governo apresentou proposta de ação das atividades fins das empresas, inclusive do serviço público, terceirização, e etc. Nós apresentamos o contraponto ao governo o tempo todo, apresentamos a problemática que ia ser a reforma trabalhista que a princípio suspenderia as garantias da legislação ao trabalhador, e você fazendo a reforma você suspende emprego, diretos, férias, décimo terceiro, FGTS, e etc.”, disse.

Ele fala que o governo não tem legitimidade, defende que Michel Temer saia da presidência, seja por renúncia, seja por cassação através das investigações encaminhadas pela Procuradoria Geral da República ao Supremo Tribunal Federal, e que hajam eleições diretas. Ele conta que um presidente eleito indiretamente ameaça a democracia.

“Primeiro que o governo nunca teve legitimidade para presidir o país. O governo é fruto de um golpe. Não vamos deixar de perceber que a forma do impeachment foi truculenta, sem base na lei, e agora vemos um monte de denúncia de crime com gravações, áudios, que provam que o presidente tem envolvimento, e ele continua no comando do país, com congressistas e gente ligado a ele ainda apoiando! E ainda vemos o poder judiciário aliviando as coisas para esse presidente ilegítimo, agora é hora dele renunciar, se não for pela renúncia, que seja pela cassação das denúncias encaminhadas ao STF. E se ele sair, que tenham eleições diretas. Queremos renovar, inclusive, o congresso. Queremos agora eleição direto inclusive para garantir que no próximo aconteçaa de fato eleições, em 2018. Porque se eleger indiretamente agora, pode por em risco as eleições de 2018. “

Paulo Bezerra conclui dizendo que a população tem sentido as consequências da crise política do governo e que a mobilização é fundamental para a mudança da situação. “A economia tá afundando, desemprego aumento, negociações coletivas dos últimos dois anos foram negativas, não teve ganho real, com alegação de crise que foi construída por eles, não tivemos avanço nas condições de trabalho, nas negociações salariais, e isso traz um prejuízo completo. E queremos garantir que isso possa mudar se fizermos a luta, se tiver gente na rua e que o Congresso recue para que entenda que a gente decida os rumos da nação, e não eles, que não tem credibilidade”, conclui.

Fonte: Roberto Araujo

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