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Sob denúncias de filiação em massa e brigas internas, PT escolhe seu c

Piauí Hoje

Domingo - 22/11/2009 às 02:11



Em clima acirrado de disputa, com acusações sobre a lisura do processo, o PT vai às urnas amanhã para testar a força do antigo campo majoritário e o peso do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na defesa da unidade do partido. A artilharia está voltada contra supostas práticas do Construindo um Novo Brasil (CNB) para garantir a vitória em primeiro turno de seu candidato, o ex-senador e ex-presidente da Petrobras José Eduardo Dutra. São acusações que vão de de filiação em massa até compra de votos. Na briga, vale desenterrar um esqueleto para todo o partido: o escândalo do mensalão.Segundo o secretário-geral da legenda e candidato da corrente Mensagem ao Partido, José Eduardo Cardoso, o partido que tinha 1 milhão de filiados ganhou mais 300 mil. "As correntes internas começam a filiar pessoas para a disputa interna, isso para nós é um desastre, porque o militante é a parte central do partido", disse. Mas afirmou que pedirá apuração só em caso de indícios concretos, não haverá atitude prévia para evitar ilegalidades. A expectativa é que 400 mil militantes participem da votação. No pleito de 2007, 330 mil petistas compareceram às urnas.O deputado Geraldo Magela, representante do Movimento PT, apontou a possibilidade de compra de votos. A suspeita é que as chapas com maior poder econômico estariam pagando a anuidade de R$ 15 obrigatória aos militantes aptos a votar. Na última eleição interna, quando o atual presidente Ricardo Berzoini foi reeleito, essa taxa era de R$ 5. Para Magela, a regra favoreceria José Eduardo Dutra, que rechaçou a acusação. "Existe uma comissão eleitoral, quem tiver uma acusação concreta a fazer pode procurar. Não vou ficar respondendo a acusações sem objeto e sujeito", disse.E não bastassem os ataques à lisura do processo, alguns adversários de Dutra lembram que a chapa inclui apoio de petistas que estiveram enlameados em escândalos que atingiram o governo federal, como os ex-ministros José Dirceu - acusado no caso do mensalão - e Antônio Palocci, envolvido nas denúncias de quebra de sigilo de um caseiro. A lista inclui ainda outros envolvidos como João Paulo Cunha, José Mentor e Angela Guadagnin.A atual cúpula petista avalia ser necessário dar uma resposta de unidade aos aliados, apesar desse clima beligerante que impera nas vésperas da eleição interna. O presidente Lula ordenou que o PT afine os interesses nacionais com os regionais. Um recado direto para abdicar de postular candidaturas próprias em prol de um aliado, sobretudo o PMDB. Dutra e Cardozo prometem não fazer imposições nas políticas de alianças estaduais.AliançasPara José Eduardo Dutra, a política nacional de alianças, a ser definida em fevereiro, é prioridade, mas reconheceu dificuldades para PT e PMDB estarem juntos em alguns estados. "O que defendemos é que a lógica e os projetos regionais não podem se sobrepor ao nacional. Isso não significa que o diretório vai empurrar goela abaixo uma política que estados não concordem", afirmou. Os principais entraves para a aliança estão no Pará, no Rio de Janeiro, na Bahia e em Minas Gerais, onde PT e PMDB têm pré-candidatos aos governos.Cardozo defende a união das forças aliadas ao presidente Lula para garantir a continuidade de um projeto que, segundo ele, vem dando certo. "Teremos o embate entre as forças de continuidade contra o que chamo de neoliberais e conservadores. Para nós, o ideal é que as forças da continuidade estejam compactadas em torno da candidatura da ministra Dilma Rousseff", disse. O candidato reconhece que PT e PMDB estarão separados em alguns estados, como Rio Grande do Sul, mas afirma que nos outros estados, como Minas, vai buscar ao máximo a possibilidade de estarem juntos. Também disputam a vaga Markus Sokol, da corrente O Trabalho, Iriny Lopes, Articulação de Esquerda, e Serge Goulart, da Esquerda Marxista.Os adversáriosJosé Eduardo CardozoCandidato apoiado pelo ministro da Justiça, Tarso Genro. O deputado pelo PT de São Paulo fez parte do antigo campo majoritário, mas abandonou a corrente dos principais nomes atingidos pelo mensalão para se dedicar a grupo que prega a refundação do PT. É a segunda vez que disputa a presidência do partido. Espera chegar ao segundo turno.Geraldo MagelaO deputado do Movimento PT, corrente que chegou a flertar um apoio a José Eduardo Dutra, decidiu disputar o comando do partido. Ele acusou o campo majoritário de promover um inchaço das pessoas aptas a votar para garantir a vitória em primeiro turno de Dutra.Iriny LopesA deputada do Espírito Santo representa a Articulação de Esquerda, tendência petista que sempre se lança na disputa pela presidência do partido. Atual vice-presidente da legenda, ela entrou na disputa para garantir espaço para a esquerda petista na direção nacional que comandará a eleição do ano que vem.

Fonte: Agências

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