Arte e Cultura

Show homenageia 40 anos de "Refavela", álbum afro de Gilberto Gil

Turnê estreou nesta sexta (1º), no Circo Voador

Domingo - 03/09/2017 às 15:09



Foto: Reprodução Foto
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"Os filhos crescem. As sementes se tornam árvores, das árvores vêm os frutos. Obrigado, meu filho." Assim Gilberto Gil, 75, agradeceu aos frutos de uma noite de festa que celebrou a semente plantada há 40 anos, quando ele lançou o disco "Refavela".

Seu filho Bem Gil, 32, reuniu amigos e parentes para homenagear o álbum com um show que estreou nesta sexta (1°), no Circo Voador, no Rio, e que segue agora para São Paulo (7 a 10/9), Salvador (23/9), Belo Horizonte (29/9) e Porto Alegre (10/12).

"Refavela 40" reproduz na íntegra o disco de forte influência africana, inspirado pela viagem de Gil à Nigéria para participar do Festac (Festival de Arte e Cultura Negra). "Refavela é uma irmã gêmea da Refazenda", explicou a voz de Gil, numa gravação da época que abriu o show. "É um disco negro para todas as cores."

Num Circo Voador lotado (os 2.000 ingressos se esgotaram), a banda formada por Bem Gil (guitarra), Bruno Di Lullo (baixo), Domenico Lancellotti e Thomas Harres (bateria e percussão), Thiagô de Oliveira e Mateus Aleluia (sopros) iniciou os trabalhos com uma introdução da faixa-título do álbum, seguida por duas de suas canções mais conhecidas: "Ilê Ayê", cantada por Maíra Freitas, e "Aqui e Agora", por Moreno Veloso.

A filha de Martinho da Vila e o filho de Caetano (que estava na plateia) dividiram a primeira parte do show –ela fez uma muito aplaudida versão de "Samba do Avião", ao piano, e ele cantou "Sandra". Juntos, apresentaram "Sarará Miolo" e "Two Naira Fifty Kobo". Nara Gil e Ana Cláudia Lomelino, respectivamente irmã e mulher de Bem, cuidaram dos backing vocais, mas também assumiram o microfone principal em canções como "Balafon", "Queremos Saber" e "É".

O roteiro foi além da mera reprodução integral do disco homenageado, incluindo canções de um álbum do mesmo ano com o qual ele se comunica ("Exodus", de Bob Marley, do qual foram tocadas a faixa-título, "Jammin'" e "Three Little Birds") e outras que se conectam tematicamente a "Refavela" – como "Two Naira Fifty Kobo", de Caetano Veloso, também inspirada pela viagem para o festival nigeriano.

Na segunda (e melhor) metade, entrou em cena a cantora Céu, resgatando o reggae-xote "No Norte da Saudade", uma das pérolas menos lembradas do disco. A ela seguiram-se a mansa "Gaivota" ("Combina com seu nome, Céu", disse Moreno), "Era Nova" (que Gil fez para Roberto Carlos) e "Jammin'" (de Bob Marley).

Tudo até aí foi um prelúdio para o grande momento, a participação de Gil, que incendiou de vez a plateia do Circo com o bloco mais animado de canções, do batuque afro-baiano de "Patuscada de Gandhy" até o encerramento com "Sítio do Pica-Pau Amarelo".

Feliz com a reverência dos músicos e dos fãs, o baiano dançou, soltou seus agudos e comandou a massa, pedindo palmas e coro. Foi um grande encerramento para um show que, entre altos e baixos, fez o público lembrar da força de um álbum que exalta como poucos a influência africana na música popular brasileira.

REPERTÓRIO DO SHOW

"Ilê Ayê"

"Aqui e Agora"

"Sarará Miolo"

"Sandra"

"Samba do Avião"

"Two Naira Fifty Kobo"

"Balafon"

"Queremos Saber"

"Exodus"

"No Norte da Saudade"

"Gaivota"

"Era Nova"

"Jamming"

"Patuscada de Gandhy"

"Refavela"

"É"

"Babá Alapalá"

BIS

"Three Little Birds"

"Sítio do Pica-Pau Amarelo"

Fonte: Noticias ao minuto

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