Brasil

Pressionado, Elmano pode votar contra Dilma Rousselff

Citados na Lava Jato, Temer, Renam e Ciro pressionam senadores a mudar voto para derrubar Dilma e o estigma de golpe

Quinta - 25/08/2016 às 00:08



Foto: Divulgação Elmano Ferrer
Elmano Ferrer

Nas últimas 24 horas, o clima político em Brasília tem mudado como nuvens em relação ao processo de impeachment da presidente Dilma Roussef. Vários senadores que votaram contra a abertura do processo estariam recebendo propostas de benefícios e sendo pressionados a mudar de voto para garantir o afastamento definitivo da petista.

Muitas especulações que surgiram em Brasília durante toda esta quarta-feira (24.08) davam conta de que um dos que estariam sendo pressionados a mudar de voto seria o senador piauiense Elmano Férrer, do PTB. Nas duas votações de que participou, Elmano votou contra o impeachment de Dilma Roussef. Ele tem garantido que vai manter sua coerência.

Fonte do portal Piauí Hoje http://www.piauihoje.com , em Brasília, afirma que os principais articuladores para a mudança de votos de senadores seriam o próprio presidente interino Michel Temer, o presidente do Senado, Renan Calheiros, ambos do PMDB, e o presidente nacional do PP, senador piauiense Ciro Nogueira.

Temer, Renan e Ciro, todos citados por delatores na Operação Lava Jato, estariam pressionando senadores que votaram contra o impeachment para mudar de voto e também os que votaram a favor, mas ressaltaram que ainda não tinham uma opinião formada sobre o caso para que mantenham seus votos e assim garantam o afastamento definitivo da presidente.

De acordo com analistas políticos e parlamentares ligados à presidente afastada, a intenção do dos governistas e seus aliados é ter ampla maioria (além dos 54 dos votos necessários) para garantir uma certa legitimidade do processo sem que permaneça o estigma de um golpe parlamentar para derrubar a presidente da República.

Mas para os defensores de Dilma Roussef, o fim do estigma do golpe é quase impossível, porque a imprensa internacional e grupos ligados ao PT e aos movimentos sociais têm divulgado amplamente que o processo em andamento no Senado é um golpe parlamentar para derrubar uma presidente legitimamente eleita por mais de 54,5 milhões de votos.

OS MUTANTES - O primeiro exemplo que gera suspeição sobre mudança de voto é a atitude do senador Othon Alencar (PSB/BA). Ele foi entrevistado na manhã desta quarta-feira (24.08), saindo do Palácio Jaburu, onde conversou com MichelTemer, a partir da pressão que recebeu do presidente do partido, o ex-ministro de Dilma, Gilberto Cassab.

Na entrevista, Otto Alencar admitiu que foi beneficiado por Temer com o “Velho Chico”, um grande projeto de revitalização do Rio São Francisco. Ele disse que essa sempre foi sua grande bandeira no Senado e que foi contemplado com o que queria, como não havia ocorrido no governo passado.

A surpresa maior, ainda de acordo com as especulações políticas em Brasília, é a possível mudança de postura do senador Telmário Mota (PDT/RO) o mais combativo defensor de Dilma durante todo o processo, desde as primeiras denúncias, a admissibilidade e autorização para início do julgamento formal. Telmário Mota também teria sido “convencido” com promessas fisiológicas e troca de favores.

Outra surpresa entre os senadores que poderão mudar de voto, seria o senador Elmano Férrer (PTB/PI). Esse, particularmente, estaria sendo convencido pelos senadores Renam Calheiros e Ciro Nogueira. Estaria em jogo acesso a espaço e cargos no Senado em troca de garantir os interesses do Governo Temer. Elmano, no entanto, garante que não mudou e que vai manter sua coerência e votar com sua consciência.

Fonte: Parlamentares e agências

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