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Sem previsão de novas negociações, bancários mantêm greve

A última tentativa de negociação, ocorrida na quinta-feira (15), não chegou a um acordo

Segunda - 19/09/2016 às 18:09



Foto: Divulgação A greve dos bancários prossegue em todo o país
A greve dos bancários prossegue em todo o país

Em greve há 14 dias, a categoria dos bancários permanece em greve após rodada de negociação sem sucesso, ocorrida na última quinta-feira (15). Nesta negociação, os banqueiros mantiveram a proposta rebaixada de 7% de reajuste nos salários, na PLR e nos auxílios refeição, alimentação, creche, e abono de R$ 3,3mil.

Os bancários reivindicam reposição da inflação do período mais 5% de aumento real (14, 78%)  valorização do piso salarial no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho),  PLR de três salários mais R$ 8.317,90,  combate às metas abusivas, ao assédio moral e sexual,  fim da terceirização,  mais segurança e  melhores condições de trabalho. Além disso, a defesa do emprego e a proteção das empresas públicas e dos direitos da classe trabalhadora.

Os bancários realizaram uma ação de distribuição de uma carta à população em que esclarece os motivos da greve nesta sexta-feira (16).

Assessor do sindicato dos bancários do Piauí, Gilson Rocha, afirma que não há previsão para uma nova rodada de negociação. “Uma próxima rodada de negociação pode ocorrer amanhã ou depois, ou na próxima semana, não podemos saber”, afirma.

Confira a carta dos bancários em greve à população:

Os banqueiros são os maiores responsáveis pela paralisação da categoria.

Os trabalhadores cruzam os braços contra o descaso dos banqueiros que insistem em desvalorizar os maiores responsáveis pelos seus elevados lucros, os bancários. A greve é um instrumento de luta dos trabalhadores. Os braços se cruzam contra a desvalorização salarial, metas abusivas, assédio moral, péssimas condições de trabalho, a onda de demissões, entre outras tantas mazelas sem respostas.

Os banqueiros agem com total descaso ao tentar impor perdas de 2,39% aos bancários, e ainda, desvalorizar os funcionários, sem atender às demais reivindicações como condições de trabalho, saúde, segurança, igualdade de oportunidades e garantia de emprego. Temas que os banqueiros simplesmente desprezaram até agora.

Após intensos debates, durante as rodadas de negociações com o Comando Nacional dos Bancários, a Federação Nacional dos Bancos insiste na proposta rebaixada com reajuste de 7% nos salários, abaixo da inflação, e abono de R$ 3,3 mil, sem compromisso com emprego da categoria. Não houve nenhuma mudança, sequer, na proposta apresentada no último dia 9 de setembro, a qual está muito distante das reivindicações dos trabalhadores.

GANÂNCIA COM TAXAS E JUROS ALTOS

A população só tem a perder com a ganância dos banqueiros. A ambição dos bancos é tanta que além de não apresentar salário decente e um atendimento de qualidade, eles ainda cobram dos clientes altíssimas taxas de juros e tarifas.

A taxa de juros do cheque especial bate recordes a cada mês. De acordo com dados do Banco Central (BC), chegou a 318,4% ao ano, no mês de julho (última pesquisa divulgada). No cartão de crédito, os números são ainda piores, com taxa de juros de 470,7% ao ano. Neste ano, essa taxa já subiu 39,3 pontos percentuais.

LUCROS NAS ALTURAS

Vale ressaltar que nesta novela de descaso, enquanto o lucro se encontra nas alturas o emprego só diminui. Com números exorbitantes, os cinco maiores bancos (Itaú, Bradesco, Banco do Brasil, Santander e Caixa) lucraram R$ 29,7 bilhões no primeiro semestre de 2016, mas, por outro lado, houve corte de 7.897 postos de trabalho nos primeiros sete meses do ano. Entre 2012 e 2015, o setor já reduziu mais de 34 mil empregos.

CAMPEÕES EM MAU ATENDIMENTO

Quem depende dos bancos, sabe que as reclamações são inúmeras, filas imensas, falta de funcionários, problemas com a falta de segurança, entre tantos outros. No ranking das maiores reclamações entre os consumidores brasileiros, o sistema financeiro ocupa a segunda posição. No total, o BC recebeu 5.927 reclamações no período.

Só a luta garante direitos e avanços.

Comando Nacional dos Bancários

Fonte: Roberto Araujo

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