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O secretário estadual de Saúde do Maranhoão, Ricardo Murad, acusou secretário municipal de Saúde de Teresina, médico Noé Fortes, de mentir para esconder falência do sistema de saúde da capital do Piauí. As acusações foram feitas via Facebook no dia 10 de janeiro.

"Noé, secretário de Saúde de Teresina mente ao afirmar que o Maranhão deve 8 milhões ao Piauí, mente quando diz que temos um acordo para pagar 300 mil reais por mês, mente quando esconde o sucateamento da rede pública de saúde Teresina, mente quando esconde que os pacientes oncológicos em sua maioria são regulados pela Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade que paga diretamente ao município o custo do tratamento de cada paciente, mente quando omite que os 39 municípios do Maranhão que optaram pelo atendimento de seus pacientes em Teresina pactuaram que o ressarcimento pelo tratamento seria efetuado quando as guia de encaminhamento assinadas pelos secretários dos municípios maranhenses fossem apresentadas, devidamente atestadas, à Secretaria de Saúde do Estado do Maranhão e mente quando, usando de má fé, joga a culpa no Maranhão pelo modelo fracassado de saúde implantado em Teresina, baseado num equivocado esquema de cooptação de doentes oriundos de municípios de estados vizinhos ao Piauí que se transformou numa atividade econômica essencial para a economia da capital - Teresina - através de uma extensa rede de hotéis, pousadas, consultórios, laboratórios e hospitais que, à margem do SUS, cobram taxas extras para cada serviço prestado aos pacientes e seus acompanhantes".


"NOTA DA SECRETARIA DE SAÚDE DO ESTADO DO MARANHÃO

Sobre a recusa no atendimento de pacientes oncológicos oriundos do interior do Maranhão, pela Prefeitura de Teresina, esclarecemos:

A Portaria da Central Nacional de Regulação de Alta Complexidade (CNRAC) estabelece que pacientes em tratamento de alta complexidade, incluindo alguns tipos de câncer, serão encaminhados pelas Centrais Estaduais de Regulação para hospitais com capacidade para realizar os procedimentos necessários, independente do lugar de origem do paciente.

Os pacientes de câncer que não foram enquadrados na portaria do CNRAC terão de ser tratados no seu estado de origem. Em 2004, todos os municípios maranhenses pactuaram que o responsável por estes atendimentos é o município de São Luís, que recebe recursos para estes procedimentos.
Com a crescente demanda por tratamentos oncológicos, o Governo do Maranhão desde 2011 também passou a efetuar estes procedimentos em São Luís e Imperatriz.

Diante da dificuldade de atendimento desses pacientes pela recusa do Município de Teresina em manter o pacto feito com os municípios maranhenses, e, ciente que garantir o acesso é um compromisso de todos os gestores - seja federal, estadual ou municipal -, o Governo do Maranhão, por meio da Secretaria de Estado da Saúde, coloca-se à disposição dos gestores municipais para, através da Central Estadual de Regulação, encaminhar os pacientes oncológicos para uma unidade de saúde capaz de realizar os procedimentos necessários".