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Governo não paga repasse e 120 mil agricultores amargam com os prejuízos da seca no Piauí

73 municípios do Ceará e parte de Minas Gerais já estão recebendo o recurso

Quinta - 06/10/2016 às 12:10



Foto: Francisco Gilásio Seca no Piauí
Seca no Piauí

Há 5 anos sem chuvas expressivas, o Piauí vive uma das piores secas dos últimos 40 anos. Cerca de 600 mil pessoas estão sofrendo as consequências da estiagem e a ajuda do fundo de Seguro Garantia Safra, orçado em quase R$ 7,5 milhões, está bloqueada por que o governo do Estado não fez o repasse necessário ao programa.

Ao todo, 152 municípios do semiárido piauiense estão sofrendo com a grave seca. Segundo Paulo Carvalho, secretário de Políticas Agrícolas da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Piauí (FETAG-PI), a ajuda do governo do Estado, como carros-pipa e construção de cisternas, é bastante necessária, porém, paliativa, tendo em vista os efeitos gerais da seca que assola também as plantações e a criação de animais. 

Com o objetivo de auxiliar os pequenos agricultores, o Governo Federal criou o Seguro Garantia Safra que garante uma ajuda financeira de cinco parcelas de R$ 170 aos agricultores inscritos no programa para quem teve uma perda de 50% ou mais em sua lavoura. No Piauí, ao todo, são 120 mil famílias inscritas e assistenciadas pelo seguro.

O governo do Piauí já pagou duas parcelas mais ainda faltam três. Segundo Paulo Carvalho, este pagamento está demorando muito tendo em vista a urgência dos efeitos danosos da seca na vida do sertanejo. O governo federal disponibilizou aproximadamente R$ 7,5 milhões para o pagamento das outras parcelas, mas ainda existem pendências do Estado do Piauí em relação ao programa.  

"Os agricultores são bons pagadores, são os primeiros que pagam o seguro, além disso, cerca de 80% das prefeituras já pagaram sua contas parceladas, falta o governo estadual fazer sua parte. Para se ter uma ideia, 73 municípios do Ceará e parte de Minas Gerais já estão recebendo o recurso. Enquanto o governo não concluir, o Estado não recebe esses recursos tão necessários", afirma o secretário Paulo Carvalho.

Além de todas essas medidas, o secretário pondera também que é preciso ações mais efetivas em relação à minimização dos efeitos da seca. "A gente cobra dos governos que façam uma política sustentável e não somente paliativa, tem que ter boa vontade política para criar barragens, pequenas transposições, nós não vamos resolver o problema da seca apenas com carros pipas e cisternas", finaliza Paulo Carvalho.

Fonte: Samuel Brandão

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