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SAÚDE

Sociedade Brasileira de Diabetes esclarece cirurgia que promete curar a doença

Em nota, a associação disse que a cirurgia não é inédita e não garante a cura

Alinny Maria

Quinta - 27/06/2019 às 09:14



Foto: Arquivo/Agência Brasil Diabetes
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Na semana passada, a imprensa divulgou notícias sobre uma suposta cirurgia metabólica inédita realizada em paciente com diabetes mellitus tipo 2 e que o procedimento iria curá-lo. Nesta quinta-feira (27),  a Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), através do Departamento de Obesidade e Diabetes, divulgou uma nota de esclarecimento para informar que, infelizmente, o diabetes não tem cura. "A Sociedade Brasileira de Diabetes repudia disseminação de informações equivocadas a respeito de cirurgia que promete a cura da doença", diz trecho da nota.

A SBD disse que não existe uma técnica cirurgia inédita para tratamento do diabetes mellitus tipo 2 (DM2) e que a técnica a ser utilizada deve ser uma das já aprovadas para DM2 com IMC > 35 kg/m2. A associação afirmou ainda que a cirurgia metabólica é uma opção terapêutica para pacientes com diabetes tipo 2, ou seja, ajuda a tratar a doença, mas não curá-la.

"É uma vitória que pessoas com diabetes tenham acesso à cirurgia, que será disponibilizada na rede pública de saúde do Distrito Federal, mas é importante que a população seja informada de forma segura e real acerca do procedimento. Por isso, a SBD repudia a publicidade errônea e solicita que o procedimento seja anunciado de forma devida, segundo o próprio Conselho Federal de Medicina, como "cirurgia para tratar diabetes tipo 2", conclui a nota. 


Veja a nota na íntegra: 


Na última semana, foram veiculadas na imprensa reportagens a respeito de uma suposta cirurgia metabólica inédita realizada em paciente com diabetes mellitus tipo 2, erroneamente afirmando que, por meio do procedimento, a condição crônica teria sido curada. A Sociedade Brasileira de Diabetes (SBD), através do Departamento de Obesidade e Diabetes, enfatiza os seguintes pontos relacionados às informações sendo veiculadas, visando evitar a disseminação e fornecer esclarecimentos:

• O Conselho Federal de Medicina (CFM) reconheceu, através da Resolução nº 2.172/2017, a cirurgia metabólica como opção terapêutica para pacientes com diabetes mellitus tipo 2 (DM2) que tenham índice de massa corpórea (IMC) entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2, desde que a enfermidade não tenha sido controlada com tratamento clínico.

• Pelos critérios estabelecidos, além de ter IMC entre 30 kg/m2 e 34,9 kg/m2, pacientes poderão ser elegíveis para se submeter a esse procedimento, se apresentarem: idade mínima de 30 anos e máxima de 70 anos; diagnóstico definido de DM2 há menos de 10 anos; apresentar refratariedade comprovada ao tratamento clínico; e não possuir contraindicações para o procedimento cirúrgico proposto.

O CFM também definiu que a cirurgia metabólica para pacientes com DM2 se dará, prioritariamente, por derivação gastrojejunal em Y-de-Roux (DGJYR). Somente em casos de contraindicação ou desvantagem da DGJYR, a gastrectomia vertical (GV) será a opção disponível.

Nenhuma outra técnica cirúrgica é reconhecida para o tratamento desses pacientes. Para a realização da cirurgia metabólica, o médico deve ter o registro de qualificação de especialista (RQE) no Conselho Regional de Medicina (CRM) do estado onde atua, nas áreas de cirurgia geral ou cirurgia do aparelho digestivo.

Portanto, não existe uma técnica cirurgia inédita para tratamento do DM2, A técnica a ser utilizada deve ser uma das já aprovadas para DM2 com IMC > 35 kg/m2, tampouco há ineditismo aludido ao fato.

É uma vitória que pessoas com diabetes tenham acesso à cirurgia, que será disponibilizada na rede pública de saúde do Distrito Federal, mas é importante que a população seja informada de forma segura e real acerca do procedimento. Por isso, a SBD repudia a publicidade errônea e solicita que o procedimento seja anunciado de forma devida, segundo o próprio Conselho Federal de Medicina, como "cirurgia para tratar diabetes tipo 2".

Fonte: Sociedade Brasileira de Diabetes

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