Saúde

COMBATE AO CÂNCER

Lançada campanha de prevenção e combate ao câncer de pênis

A maioria dos casos podem ser evitados com higienização correta

Graziely Oliveira / Estagiária sob supervisão

Sexta - 02/02/2024 às 10:03



Foto: Reprodução Se o diagnóstico for feito no início da doença as chances de cura são altas
Se o diagnóstico for feito no início da doença as chances de cura são altas

Teresina (PI) - A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) lançou nesta primeira semana de fevereiro a quarta edição da Campanha de Prevenção e de Combate ao Câncer de Pênis. O objetivo da campanha é conscientizar os brasileiros sobre a importância da prevenção da doença e marca a passagem do Dia Mundial do Combate ao Câncer, no domingo (4).

De acordo com o presidente da SBU, Luiz Otávio Torres, este é o único tipo de câncer que pode ser evitado com água e sabão, na maioria dos casos, feita a higienização correta do pênis os riscos de adquirir a doença diminui consideravelmente.

Além da má higienização, o médico urologista, Giuliano Aita, acrescenta que o câncer de pênis é causado por uma associação de fatores, a presença de fimose, que é a incapacidade de expor a glande do pênis aumenta em cerca de 8 vezes a chance de desenvolver a doença.

“Os judeus que nascem em Israel fazem a cirurgia corretiva da fimose (chamada postectomia) têm incidência zero de câncer de pênis. Adicionalmente, a má higiene genital é reconhecidamente envolvida na origem da doença. O terceiro fator de risco associado ao câncer de pênis é a infecção genital por HPV (Papiloma vírus humano)”, afirmou Aita.

Médico urologista, Giuliano Aita / Acervo pessoal

Segundo o Ministério da Saúde, no período de 2012 a novembro de 2022, foram registrados no país 21,766 mil casos de câncer de pênis. Houve 6,456 mil amputações do órgão genital masculino de 2013 a 2023, com média anual em torno de 600 amputações. De 2011 a 2021, a doença provocou mais de 4 mil mortes no Brasil.

A maior incidência da doença foi registrada nas regiões Norte e Nordeste. O presidente da SBU afirma que este registro está muito relacionado ao nível socioeconômico.

“Sócio, porque a pessoa não tem o hábito de se higienizar. Isso está relacionado à parte social. Na parte econômica, também. Quem tem uma condição melhor, tem acesso a uma série de informações”, afirmou Torres.

O urologista, Giuliano Aita, aponta quais os sintomas, como é dado o diagnóstico e qual o tratamento adotado.

Sintomas e diagnóstico

O sinal e sintoma mais característico do câncer de pênis é o surgimento de uma ferida indolor e que não cicatriza no pênis. Diante de qualquer suspeita, estas lesões precisam ser mostradas ao médico, o diagnóstico é feito pelo exame clínico, identificando-se uma úlcera ou ferida aberta no pênis que não cicatriza e posterior confirmação com biópsia.

Tratamento

O tratamento, na maioria das vezes, envolve a amputação parcial ou total do pênis, remoção dos gânglios linfáticos da virilha e, para casos selecionados, quimioterapia e radioterapia. A cura depende da fase em que a doença é diagnosticada, o que segundo os dados mais da metade dos homens são diagnosticados já em fase avançada do câncer.

 “Na minha pesquisa de Mestrado e Doutorado, estudei uma série de pacientes com câncer de pênis e pudemos observar que, em média, os homens demoram entre 6 meses e 1 ano após o aparecimento da lesão no pênis para buscar ajuda médica. Isto faz com que a doença seja diagnosticada em fase avançada na maioria das vezes, exigindo um tratamento mutilante”, destacou Giuliano.

Prevenção

O câncer de pênis é uma doença prevenível e isto pode ser feito com medidas simples. Com a correção da fimose na época adequada (na infância), higiene genital adequada (lavagem do pênis com água e sabão) e vacinação dos meninos contra o HPV, felizmente disponível na rede pública. Além destes o tabagismo também é um dos fatores de risco para a incidência de câncer de pênis.

Fonte: Agência Brasil

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