Saúde

PERDA DE PESO

Remédios para emagrecer podem aumentar risco de paralisia estomacal, diz estudo

Pesquisador diz que efeito colateral, embora raro, deve ser considerado pelos pacientes

Da Redação

Sexta - 06/10/2023 às 16:39



Foto: Divulgação Emagrecimento
Emagrecimento

Um estudo realizado pela Universidade British Columbia (EUA) releva que medicamentos usados no combate a obesidade foram associados pela primeira vez ao risco de paralisia estomacal. De acordo com o estudo, riscos aumentados de pancreatite e obstrução da intestino também foram constatados, mas já eram conhecidos e constam, inclusive, na bula dos medicamentos.

A pesquisa foi publicada nessa quinta-feira (5) na Journal of the American Medical Association. Os efeitos adversos foram constatados em pessoas que não são diabéticas, mas estavam usando os remédios para tratamento da obesidade.

Os medicamentos foram desenvolvidos originalmente para o tratamento da diabetes tipo 2, mas também são indicados para perda de peso. Eles funcionam induzindo a produção de insulina, bloqueando a produção de açúcar no fígado e proporcionando uma sensação de saciedade.

"Ouvimos relatos de pessoas que tiveram muita náusea, que vomitavam de 15 a 20 vezes por dia quando começaram a tomar um desses remédios, mas ainda não havia um estudo epidemiológico para não diabéticos", afirmou Mahyar Etminana, coautor do estudo, em entrevista. 

"O fato de termos descoberto que as drogas aumentam o risco de gastroparesia (paralisia estomacal) em pessoas que usam esses remédios para perda de peso vai ao encontro do que essas pessoas vêm experimentando — completou.

A pesquisa

Os pesquisadores trabalharam com as prescrições de 16 milhões de pacientes dos EUA para os quais foi receitado um dois dos remédios mais populares da classe dos agonistas de GLP-1, semaglutida e liraglutida, entre 2006 e 2020. Pacientes que tomavam esses remédios para diabetes tipo 2 não foram incluídos no trabalho.

Os pesquisadores investigaram os registros médicos dos pacientes para saber quantos tinham desenvolvido os seguintes problemas de estômago: pancreatite, obstrução da bexiga, gastroparesia e doença biliar. 

Os históricos médicos desses pacientes foram comparados aos de outros que usavam bulpopriona-naltexone (uma outra classe de medicamento) para o emagrecimento.

Pacientes que tomaram os remédios da classe dos agonistas de GLP-1 apresentaram um risco de desenvolvimento de pancreatite nove vezes maior

No caso da obstrução do intestino, o risco era quatro vezes maior. O risco de paralisia estomacal era três vezes maior. Foi constatado também um leve risco maior de doença biliar, mas, segundo os pesquisadores, seria "estatisticamente insignificante".

— São ocorrências relativamente raras — admite Mohit Sodhi, coautora do trabalho. 

— Mas se pensarmos que temos milhões de pessoas tomando esses remédios, mesmo 1% significa dezenas ou mesmo centenas de milhares de pessoas que poderiam apresentar esses sintomas — justifica.

Fonte: Estadão

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