Política

Época: Ciro recebeu em espécie R$ 2 milhões da JBS

Quinta - 03/08/2017 às 12:08



Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado Senador Ciro Nogueira (PP-PI)
Senador Ciro Nogueira (PP-PI)

Reportagem dessa quarta-feira, 2, da Revista Época denuncia que o senador Ciro Nogueira, presidente do PP, recebeu pouco mais de R$ 2,8 milhões de propina da JBS em 2014, de acordo com registros mantidos pela empresa.

Segundo a revista, o piauiense recebeu em dinheiro vivo, retirado do Comercial Carvalho, um dos clientes da empresa de Joesley Batista. O valor entregue a Ciro foi retirado de um caixa formado pela JBS com propina devida ao PT por negócios feitos com o BNDES, o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

Anos antes, Joesley passara a separar 4% de todos os valores recebidos pela JBS do banco público em duas contas no JP Morgan, nos Estados Unidos, em nome de duas empresas offshore criadas nas Bahamas. Era dinheiro sujo devido ao PT pela ajuda dada na expansão da JBS. Na campanha de 2014, a cada ordem do então ministro da Fazenda, Guido Mantega, Joesley mandava pagar ao PT e seus aliados e descontar do saldo, que somava mais de US$ 150 milhões. Como aliado do PT, Ciro recebeu desse caixa ilegal. Fora esse dinheiro para Ciro, o PP ainda recebeu R$ 40 milhões com a mesma origem.  

Trecho de planilha de propina da JBS. O pagamento de R$ 2,8 milhões foi feito em dinheiro a Ciro Nogueira
Trecho de planilha de propina da JBS. O pagamento de R$ 2,8 milhões foi feito em dinheiro a Ciro Nogueira (Arte ÉPOCA)

Com clientes no varejo espalhados por todo o Brasil, como supermercados, atacados e frigoríficos, a JBS dispunha de um fornecimento garantido de dinheiro vivo para atender a demandas assim dos políticos. Os pagamentos nessa modalidade eram resolvidos com uma ligação. Seja no Rio de Janeiro, seja em Minas Gerais, Demilton, o funcionário que controlava o fluxo de propina na JBS, entrava em contato com o cliente e pedia que separasse um valor. Era comum que empresários e políticos mandassem buscar os valores, tamanha a despreocupação com a operação ilegal. Foi assim com Ciro Nogueira. O senador não foi encontrado para comentar.

Fonte: Revista Época

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