Recorde: 2018 termina com 251 jornalistas presos no mundo

A Turquia, com 68 jornalistas presos, é o país que lidera este ranking


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Jornalista Foto: UnG

O número de jornalistas presos pelo exercício de sua prossão no mundo todo aumentou pelo terceiro ano consecutivo chegando agora a 251, de acordo com um relatório publicado nesta quinta-feira pelo Comitê para a Proteção dos Jornalistas (CPJ). O número é recorde. A Turquia, com 68 jornalistas presos, é o país que lidera este ranking, seguido por China (47), Egito (25) e Arábia Saudita (16). A Eritreia, na África, completa os cinco primeiros lugares da lista, também com 16, mas a CPJ alertou que desconhece se esses jornalistas, em sua maioria presos desde 2001, continuam vivos.

Outros países com jornalistas na prisão são Vietnã (11), Azerbaijão e Camarões (7). Cerca de 70% dos jornalistas presos no mundo todo foram detidos por crimes contra o Estado. Na Turquia, por exemplo, a maioria é acusada de laços com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK, na sigla em curdo), a guerrilha curda do país. 

O relatório também destaca o aumento de jornalistas detidos pela divulgação de "notícias falsas", que em dois anos passaram de nove para 28. A maioria de presos atualmente por esse motivo, 19, está no Egito. O CPJ lembrou que esse aumento ocorreu em paralelo à intensicação da retórica global sobre as "notícias falsas" ("fake news"), que tem como maior expoente o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.

Além disso, não há informações sobre as acusações que pesam sobre 18% dos presos. Quanto ao continente americano, guram na lista a Venezuela, com três presos, e o Brasil, com um, enquanto nos EUA, "onde os jornalistas enfrentaram uma retórica hostil e violência física", não há prossionais na prisão, mas houve nove detenções ao longo do ano.

O relatório também revela que na Europa há um jornalista russo preso na Ucrânia e outro ucraniano na Rússia, enquanto na Etiópia não há prossionais presos pela primeira vez desde 2004 e no Uzbequistão pela primeira vez em 20 anos. Com esses números em mãos, o CPJ concluiu que a "abordagem autoritária" às coberturas jornalísticas críticas se transformou em algo maior que um aumento temporário, e que um mundo com centenas de jornalistas detidos é "a nova normalidade". 

Fonte: Agência Brasil

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