Política

Quem Quem propõe criar empresa pública de transporte e informatizar atendimento no SUS

Em meios a projetos ousados, o candidato a prefeito pelo PTN critica a relação da prefeitura com vereadores: ‘promíscua’

Quinta - 22/09/2016 às 14:09



Foto: Valcian Calixto Quem Quem
Quem Quem

Com propostas ousadas no que se refere ao transporte público e à saúde, o candidato a prefeito de Teresina pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN), Francisco das Chagas Costa Oliveira, o Quem Quem, deu entrevista ao portal Piauihoje, quando falou sobre projetos em um eventual governo e uma visão do município atualmente. O candidato afirma que objetiva governar de acordo com a vontade do povo. Quer criar uma empresa pública de transporte coletivo, gerir a saúde dos teresinenses com um aplicativo de interatividade e buscar com governo federal recursos para o tratamento de pacientes do interior que vêm ser atendidos em Teresina. Ele também criticou a relação dos vereadores com o prefeito Firmino Filho. Quem Quem foi entrevistado pelos jornalistas Cíntia Lucas e Roberto Araujo.

PIAUIHOJE: Quais suas propostas relacionadas à melhoria e expansão do transporte público em Teresina?

QUEMQUEM: Nós temos a criação da Empresa de Transportes Urbanos de Teresina, a Teresina Bus. Vamos colocar para atuar ao lado das empresas que já estão licitadas, para dar ao cidadão teresinense a opção de ter um transporte barato, eficiente e digno, com ar condicionado, internet, e uma tarifa social para alunos da rede pública. E no que diz respeito ao Plano de Mobilidade Urbano do prefeito, que está sendo aplicado agora, nós iremos terminá-lo, caso ele não termine até janeiro, e vamos terminar esse plano e dar um prazo de seis meses para a população sentir se realmente esse plano veio para melhorar ou não

Se ele apresentar uma sensível melhora e tem aceitação da população, daremos continuidade.  Agora, nesse meio tempo, nós pegaremos essas paradas de ônibus, projetadas até agora não sei por qual motivo, que ficam totalmente desalinhadas ao nível da pista, e vamos fazer um trabalho para alinhar a pista com a plataforma de desembarque. Para que não haja acidentes com veículos que, por algum motivo, venham a subir aquela rampa e capotarem, porque aquilo ali é uma verdadeira rampa de lançamento.

Vamos fazer um trabalho de nivelamento, e depois faremos as passarelas para que o cidadão possa descer do ônibus e atravessar a avenida por cima, para evitar acidente com os pedestres e congestionamentos.

O cidadão vai correr um alto risco em atravessar essas avenidas. Se ele vai atravessar, logicamente se o motorista respeitar a faixa de pedestre e parar, é sinal obrigatório mesmo sem semáforo, aí vai congestionar o trânsito. Se tiver semáforo, vai parar de 5 em 5 minutos. Aí vai ficar intrafegável. Então faremos uma passarela por cima da pista para não correr risco de vida e não correr risco de congestionamento.

Em uma eventual desaprovação da população, nós pegaremos os terminais de embarque, vamos transformá-los em escolas técnicas municipais, e retornar o modelo antigo, de bilhete eletrônico. O cidadão vai pegar ônibus no Mocambinho, descer no Marquês, pegar o Circular e vai no Promorar. Sem necessidade de ir até o terminal. Isso, se a população, que é a única e exclusiva beneficiária do sistema, aprovar ou desaprovar. Se aprovar, continua como está, a gente constrói novos colégios para implantar as escolas técnicas; se a população desaprovar, voltamos ao que era, com bilhete único e livre para o cidadão descer e subir onde quiser, e transformamos as paradas em escolas técnicas.

Na avenida Frei Serafim iremos construir elevados que são pré-moldados, baratos, eficientes e rápidos. Nos cruzamentos da Frei Serafim, para que o trânsito tenha uma fluidez e não haja mais aquele congestionamento todo na Frei serafim. Quem vem da zona Norte, pega a via e passa por cima, quem vem da zona Leste para o Centro, passa por baixo, e assim, subsequente.

É simples, eu costumo dizer que tudo, quando se quer fazer, se torna simples, só basta querer, chamar os técnicos, fazer o projeto e executar. Então vamos fazer isso aí, parceria com governo do Estado, para ele terminar o elevado do balão da Tabuleta, e faremos os sinais intercruzados, para que diminua o máximo de tempo possível nas paradas e nos sinais em Teresina.

Tem a questão das nossas 'câmaras de bronzeamento natural'. É um presente do prefeito, mas um presente de grego. Vamos mudar as paradas totalmente, serão totalmente removidas e vamos colocar paradas dignas para nossos cidadãos.

PIAUIHOJE – A prefeitura de Teresina reclama muito sobre a grande quantidade de pessoas de outros Estados que vem fazer tratamento nos hospitais públicos, principalmente no HUT, vem do Maranhão, interior do Piauí, e a verba da saúde por conta disso é de 35% do orçamento e é um desgaste grande em relação a saúde. E o que o senhor propõe para resolver esse impasse?

QUEMQUEM - Na saúde, vamos implantar o Saúde online, cartão eletrônico. Onde vai ter o aplicativo que o cidadão vai ter seu prontuário armazenado através do seu número do SUS, tipo identidade. Quando o cidadão for marcar uma consulta e for atendido pelo médico, vai entrar no aplicativo, seu nome, qual especialidade que ele quer, médico que esteja mais próximo da sua residência e vai marcar consulta. O médico também entra no sistema e diz: ‘você precisa de exame tal’. Quando terminar a consulta, ele recebe um extrato onde já tem marcado o dia do exame, o dia de receber o exame, e o dia da volta para o médico. Também sai seu histórico todo mastigadinho, já sai sabendo onde é, e a hora do exame.

Quando for implantado, e, em menos de três meses, nós vamos ficar diminuindo a consulta e retorno em menos de uma semana. Hoje, o cidadão leva três meses pra marcar a consulta e mais quatro meses para voltar. Quando ele volta, já é a missa de três meses de morte. Então, é diminuir o máximo possível de retorno para haver interatividade médico-paciente.

Quanto aos nossos irmãos de outros Estados, nós vamos continuar atendendo eles no HGV, HU, e HUT. Por que?? Vamos chamar os governadores e entes federativos para que o governador, junto as prefeituras, faça um esforço para abrir a emergência do HGV novamente. Vamos chamar os senadores e deputados federais para junto ao presidente da república e ministro da Educação, que responde pelo HU, e ministro da Saúde, para abrir urgência do HU. Vamos desafogar o HUT.

Nos bairros de Teresina, nós vamos criar lá as mini urgências e uma UTI no mínimo. Um cidadão que se acidenta na Santa Maria da Codipi, por exemplo, daqui que ele saia da Santa Maria pro HUT, só Jesus. Então, lá no hospital da Santa Maria, ele vai receber os primeiros socorros, e se for de urgência, ele é estabilizado na UTI. E o banco de dados vai buscar no HGV, no HU e no HUT, uma UTI de alta complexidade para que seja atendido e tratado lá. Isso resolvemos a questão da superlotação. Vamos para a questão financeira.

Vamos chamar os entes federativos, senadores, deputados federais, governador, prefeito, e vamos formar uma comitiva para ir ao presidente, exigir dele o ressarcimento do SUS pelos nossos irmãos atendidos em Teresina, dos outros estados. Fazer que ele reembolse o município de Teresina por todo e qualquer atendimento do Maranhão, para, Pernambuco, de onde for. Então faremos esse trabalho político porque isso aí só depende da determinação. Quando tem a determinação de fazer, tudo acontece. Esperar por A ou por B, é que não acontece nada.

Estamos livres sem coligação, sem partido nenhum para que não sejamos pressionados por loteamento na prefeitura. Porque a ideia é que cada partido tenha seu candidato. Para que o povo de Teresina escolha através de sua ideologia o seu projeto. E como nossa democracia é falha nesse sentido, que atrai o maximo de partidos para si para ter tempo de televisão e para ter votos na campanha majoritária, a nossa política fica amarrada no comprometimento político e não no comprometimento social, que é com o cidadão.

Nós chegamos lá com o apoio do povo de Teresina, nós vamos ter toda moral e toda condição política de chamar governador, deputados e senadores para as melhorias para Teresina. Ir no governo federal pedir abertura do HU para urgência, conversar com governador par abrir HGV. Isso que a gente quer fazer, política voltada para o retorno do cidadão, fazer com que o cidadão tenha a melhor qualidade de vida. Como? Usando o poder político que é dado pelo povo.

Se não estamos amarrados em grupo político ou financeiro, nós estamos do lado do povo. A Dilma caiu por que? Por que o povo foi pra rua. O povo pediu mudanças na política, não veio a mudança que o povo pediu, queria mudança efetiva, mas deu no que deu. Então o povo que tem todo poder. Na época do Collor, o povo derrubou o Collor. E é esse poder que queremos para governar Teresina.

PIAUIHOJE – Como o senhor vê a questão de um mesmo projeto de poder estar há mais de 20 anos, por que é tão difícil mudar?

QUEMQUEM - Tudo no mundo tem um que é um por que. Se o modelo administrativo do PSDB está há mais de 12 anos no comando, não vamos negar e fechar os olhos porque tem uma coisa de bom. Só que é como estou dizendo, a máquina engessou. O povo cansou da mesmice, de se passar dois ou três anos sem fazer nada, fazer um arroz com feijão. E com isso quem perde é o cidadão de Teresina. A cidade não desenvolve como deveria. Se você passa um ano sem tomar vitamina, comer fruta, e só depois de três anos vai comer, você só vai crescer naquele pedacinho do ano. Nos outros três anos, fica anão.

É o que acontece: Fortaleza desenvolve, São Luís desenvolve, Belém desenvolve, Maceió desenvolve, todas as capitais do Brasil desenvolvem e Teresina só resolve desenvolver no último ano da eleição. E toda vez nós vamos ficando para trás.

Eu acho o seguinte: tá na hora de mudar. Agora, olhando pelos olhos do eleitor, ele vê: três, que são considerados três principais pela mídia, que se juntar, só dá um. O Firmino querendo permanecer no poder, o doutor Pessoa que esteve lá até o começo do ano, e o seu filho até agora às vésperas da convenção, recebia como assessor do gabinete do prefeito Firmino Filho. Então, como ele pode ter a moral de dizer que vai fazer a mudança se o filho dele já tava lá? Se ele também antes de se lançar candidato dizia que o prefeito era o melhor do mundo? Era cúmplice de tudo o que aí acontecia. O outro é o Amadeu Campos. É novo porque é um nome novo em uma política velha. Ou seja, num grupo velho, não é referência ao velhinho trabalhador, é ao grupo, que já esteve no comando de Teresina, chefiado pelo Velhinho Trabalhador, como ele se intitula, e que agora querem voltar de novo a comandar Teresina, como o próprio candidato diz que toda sua equipe é a mesma equipe que trabalhou no governo do Elmano Férrer, então ele tá dizendo o que? Que a turma toda do Elmano vai voltar junto com ele. Então não há renovação. Então o povo olha para um lado e pro outro e não vê novidade. Mas só que tem um candidato livre e desimpedido que o eleitor de Teresina pode votar. É o Quem Quem, 19. E é por isso que nos apresentamos, para mostrar que a gente pode fazer diferente e melhor. Acrescentando a tecnocracia, em que secretários tem que ser técnicos das secretarias, podem ser ligação política, mas tem que ter competência, entender do assunto e ser da secretaria.

O que acontece hoje é que se faz o loteamento, se junta um horror de partido, não é blocão, mas é um Titanic lotado de partido, vai naufragar a qualquer hora. Vai dividir com aquele povo que ta lá no Titanic. E o que os políticos querem?? Uma lapada de cabide de emprego, vão fazer o feijão com arroz, não vão fazer uma coisa arrojada, um projeto que vá melhorar ainda mais a vida do cidadão.

Por exemplo, eles vão se interessar em fazer o asfalto permeável? Para acabar com o alagamento das áreas de Teresina que sofrem com alagamento? Não vai. Porque eles vão se preocupar em fazer um asfalto de pouca qualidade, mas com preço de asfalto de alta qualidade, e a diferença já sabe para onde vai. Então nós vamos implantar o asfalto permeável em Teresina para acabar com os alagamentos. E as vias que forem asfaltadas, pegaremos o centro da via para fazer o asfalto comum, e as laterais, onde fica a sarjeta.

PIAUIHOJE – Como o senhor vê a relação da prefeitura com a Câmara de Vereadores?

QUEMQUEM - Posso falar? Promíscua. Infelizmente os nossos vereadores hoje fazem da câmara de vereadores um balcão de negócios. Vamos pegar a questão da climatização dos ônibus. Um projeto que foi aprovado por 16 vereadores em primeira e segunda votação. Foi pra mesa do prefeito. Foi discutido lá o que? O benefício do povo? Não. Foi discutido os gastos que as empresas iam ter, e os empresários iam não sei o que, e o prefeito vetou. Quando voltou pra câmara, o prefeito só precisou tirar um vereador que tinha votado, e tirou foi quase todos, e o veto não foi derrubado. E o que valeu? O que tá no plano diretor que é só 10% da frota pra ser climatizada e ainda não foi.

E veja só, os vereadores foram a favor do povo ou dos empresários? Eles têm o poder de derrubar o veto e obrigar a prefeitura que obrigasse a climatizar os ônibus. Não fizeram por que? Por que não foram a favor do povo.

A minha relação com a câmara vai ser a mais cordial do mundo. Por que eu estou lá ao lado do povo, governando para o povo, jamais vou mandar um projeto que não seja de encontro às necessidades e anseios da população. Não vou mandar projeto de cunho particular; não vou mandar projetos que venham visar interesses de empresas, não vou mandar projetos que sejam de interesse de outros políticos ou de qualquer outro sentido que não seja o povo. Se o vereador foi eleito pra legislar em consonância com o povo, ele deve legislar em consonância com nós, com a prefeitura, é simples. Vamos mandar a lei pra climatizar todas as escolas de Teresina, para montar as escolas, colocar as escolas de tempo integral, ampliar a guarda municipal comunitária, criar a secretaria de segurança comunitária, hoje tem a secretaria de “segurança”, entre aspas porque não funciona, nos vamos modificar para de segurança comunitária, criar empresa de ônibus de Teresina, empresa de energias limpas e renováveis de Teresina, porque todas essas empresas só tem um objetivo: melhorar a vida do cidadão.

O povo é quem vai dizer o que quer: Meu filho eu quero ônibus com ar condicionado, meu filho eu quero sensores fotovoltaicos no meu telhado pra gerar energia, e ganhar os royaltes através da empresa de energia renovável. Que no nosso vai ser o soyaltes. Eu quero uma empresa de água e esgoto para fazer saneamento na minha casa, na minha rua. Por que você ta indo contra?

Vamos colocar o patrão para mandar no empregado. Quem é o empregado? É o agente público, é o vereador, é o governador, senador. Esses são empregados do povo pra fazer o que o povo quer, e não o que eles querem.

Fonte: Roberto Araujo e Cintia Lucas

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