Política Nacional

Quatorze senadores com mandato até 2023 vão disputar governos

Dos 27 senadores com mandato a cumprir até 2023, 14 são candidatos

Segunda - 30/07/2018 às 21:07



Foto: Assessoria Senador Elmano Ferrer (Podemos)
Senador Elmano Ferrer (Podemos)

Dos 27 senadores que ainda têm mandato a cumprir até 2023, mais da metade (14) pretende disputar o governo de seus respectivos estados, deixando o cargo no meio do caminho na hipótese de sucesso nas urnas. Este é um dos dados do levantamento que o Congresso em Foco tem levado a público nos últimos dias, com base em consultas aos próprios parlamentares e a comandos de campanha de partidos com representação no Senado.

Segundo apuração da reportagem nas últimas semanas, os seguintes senadores deixarão os cargos pela metade caso consigam se eleger: Acir Gurgacz (PDT-RO), Antonio Anastasia (PSDB-MG), Davi Alcolumbre (DEM-AP), Elmano Férrer (Podemos-PI), Fátima Bezerra (PT-RN), Gladson Cameli (PP-AC), José Maranhão (MDB-PB), Omar Aziz (PSD-AM), Paulo Rocha (PT-PA), Roberto Rocha (PSDB-MA), Romário (Podemos-RJ), Ronaldo Caiado (DEM-GO), Rose de Freitas (Podemos-ES) e Wellington Fagundes (PR-MT).

Todos os postulantes a governo estadual, aliás, são de primeiro mandato no Senado. Mas alguns têm experiência na Câmara, como Caiado, Fátima Bezerra, Rose de Freitas e Romário. O ex-jogador de futebol, a propósito, chegou a consultar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a hipótese, já rejeitada, de um mandatário do Senado interromper seu mandato de oito anos, na metade, para concorrer ao mesmo posto. O senador negou que ideia era permitir ao seu primeiro suplente, João Batista da Rocha Lemos, assumir a cadeira na Casa e exercer a função pelos próximos quatro anos.

Céu de brigadeiro

Entre os senadores com mandato até 2023, quem tem a vida mais tranquila na corrida eleitoral é Ronaldo Caiado (DEM-GO). Além de não constar da lista de senadores investigados ou processados, material sazonalmente atualizado pelo Congresso em Foco, Caiado lidera as pesquisas de intenção de voto no estado.

Outra sem pendência judicial e com bom desempenho em pesquisas eleitorais é Fátima Bezerra. Com mandato destacado pela bandeira da educação, a senadora também lidera as pesquisas de intenção de voto no Rio de Grande Norte, com boa margem de distância em relação ao segundo colocado, o ex-prefeito de Natal, Carlos Eduardo Alves (PDT).

Regras a favor

Segundo levantamento exclusivo feito por este site e publicado em 21 de julho, o cenário eleitoral é propício para a reeleição desses senadores em meio de mandato. O material mostrou que o pleito deste ano terão o maior número de candidatos à reeleição desde a redemocratização, e não por acaso.

Como admitem várias lideranças partidárias, o elevado número de aspirantes a um novo mandato no Congresso está relacionado com as facilidades que as regras eleitorais conferem aos atuais parlamentares. O tempo de campanha foi reduzido de 90 para 45 dias, beneficiando políticos já conhecidos e dificultando as chances de êxito de novos candidatos. Os congressistas também são ajudados pelos bilionários recursos colocados à disposição dos partidos políticos por meios dos fundos eleitoral e partidário.

Outra mudança que favorece a recandidatura foi a redução da janela para a troca de partido, que passou de um ano para seis meses. Na prática, legendas fizeram um leilão por filiações até o início de abril. Diversos parlamentares receberam o compromisso de receber volumes generosos de recursos públicos para bancar a campanha. Esse tipo de vantagem pode ser decisiva em uma eleição em que está o proibido o financiamento empresarial.

Além disso, só por estar no exercício do mandato, o candidato à reeleição já larga na frente dos demais. Pelos seguintes motivos: tem o nome em evidência, possui bases eleitorais consolidadas, cabos eleitorais fidelizados e recursos e meios para angariar apoio. Entre eles, emendas individuais, no valor de R$ 14,7 milhões por ano; verba para cobrir despesas do mandato; R$ 78 mil mensais para contratar pessoal em Brasília ou no estado de origem; e outros recursos que alcançam perto de R$ 2 milhões por ano.

Fonte: Congresso em foco

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