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Putin propõe estabelecer critérios claros sobre censura na arte

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu nesta sexta-feira estabelecer critérios claros sobre o que se pode censurar na arte e na cultura

Sexta - 02/12/2016 às 16:12



Foto: www.patrialatina.com.br Vladimir Putin
Vladimir Putin

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, sugeriu nesta sexta-feira estabelecer critérios claros sobre o que se pode censurar na arte e na cultura, ao reunir-se com personalidades do mundo artístico russo na cidade de São Petersburgo.

O chefe do Kremlin respondeu com essa proposta às queixas do ator e diretor de teatro Evgueni Mirónov, que advertiu que nos últimos anos aumentaram os casos de censura à arte, segundo a imprensa da Rússia.

Mirónov deu como exemplo o recente cancelamento da estreia da peça "Jesus Cristo Superstar" em Omsk, depois que ativistas cristãos se queixaram com a prefeitura da cidade siberiana.

Putin traçou um paralelo com o esporte, onde existem regras bem definidas, e sugeriu que o mundo da cultura também precisa "estabelecer critérios" do que se pode ou não fazer.

"Não é uma tarefa fácil, mas seria muito bom que vocês, não nós, pudessem fazê-lo. E assim seria mais fácil frear as autoridades que passarem dos limites", disse o presidente russo.

Embora "a liberdade artística seja inabalável", ressaltou Putin, "todas as liberdades têm um revés, que é a responsabilidade, e para o artista a medida dessa responsabilidade é especialmente alta".

O líder russo manifestou que a cultura deve respeitar a sensibilidade de alguns setores da população, incluindo os adeptos de diferentes religiões, e ter cuidado para não semear ódio e divisão.

Muitas autoridades, disse Putin, censuram a arte "não porque queiram conter alguém, mas porque não querem que se repitam aqui tragédias como a Paris", quando um grupo de radicais islâmicos organizou um massacre na redação da revista satírica "Charlie Hebdo" depois da publicação de caricaturas de Maomé.

Há três anos, o presidente russo sancionou uma lei que pune com até três anos de prisão as ofensas aos sentimentos religiosos.

A lei foi aprovada depois que três jovens integrantes do grupo punk Pussy Riot foram condenadas a dois anos de prisão por "vandalismo motivado por ódio religioso" após cantarem contra Putin no principal templo religioso do país. 

Fonte: UOL

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