Educação

Promotores repudiam suposta prática de tortura em Picos

Piauí Hoje

Quinta - 23/10/2008 às 02:10



A reunião de ontem, realizada a Defensoria Pública do municipio foi mais um capítulo da polêmica "queda de braço", envolvendo o promotor de justiça Elói Pereira de Sousa Júnior e o comandante do 4º BPM de Picos, acusado por Elói de ter praticado tortura contra presos de justiça no início do mês. Durante o encontro, Júnior fez uma resumo, do que, segundo ele teria acontecido no dia primeiro de outubro. Na denúncia oferecida por ele consta que o major Wagner Torres comandou a equipe do ROCAD naquele dia e que levou à prisão de Edigar Rocha, vulgo "Coelho" acusado de particar arrombamentos na cidade. Para Elói, esse foi o início de uma série de arbitrariedades cometidas pelo comandante como conduzir o preso ao quartel da PM e lá interrogá-lo, sob tortura para que Coêlho, confessasse detalhes e comparsas em seus crimes. O promotor voltou a afirmar que esses fatos levantam supeitas de que práticas assim vinham ocorrendo com frequência na cidade. O promotor ainda observou que no lugar de de entregar os presos a polícia civil a quem compete o processo interrogátorio, ele mesmo conduziu o interrogatório com Coelho. "Isso traz inclusive um problema de relacionamento entre a Polícia Civil e Militar, já que a Civil conforme a Constituição é quem tem o papel de investigar e cabe somente a PM o papel de polícia ostensiva, prevenindo a ocorrência dos crimes", disse. Segundo o promotor, após a suposta tortura, os três presos foram submetidos a exames, que apontaram traumas na região dos testículos. As imagems que comprovariam o ocorrido foram exibidas durante a reunião, tratam-se de 11 fotografias, feitas por Eloi, mostrando o estado das genitalias dos presos, horas após a suposta agressão. Sobraram críticas ao comandando do 4º BPM de Picos. Elói voltou a acusar Torres, dessa vez criticando a postura do comandante em procurar os meios de comunicação para dar sua versão dos fatos. Ainda conforme o promotor, ele estaria sofrendo ameaças, em represália a determinação de dar voz de prisão a dois policiais militares que teriam participado da tortura. "Não tenho medo porque conheço bem a estrutura militar e não acredito que vá ocorrer nada a minha pessoa, mas se ocorrer será por uma boa causa aos direitos humanos", finalizou o promotor.

Fonte: Riachaonet

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