Será realizado, nesta sexta-feira (6), o treinamento para implementação do Atendimento Resolutivo em Mastologia nos hospitais de referência. A iniciativa faz parte do projeto da Secretaria de Estado da Saúde com o patrocínio do Hospital Pérola Byington de São Paulo. O objetivo é capacitar os médicos especialistas para viabilizar, de forma mais rápida, o diagnóstico e o atendimento de paciente com suspeita de câncer de mama no Hospital Getúlio Vargas e depois em todo o estado. O evento será realizado no Hotel Blue Tree.

O treinamento está sendo coordenado pelo professor da Universidade Federal de São Paulo, Luiz Henrique Gebrim, e organizado pelo professor da Universidade Federal do Piauí e médico do Hospital Getúlio Vargas, Benedito Borges da Silva. Segundo Benedito Borges, a principal causa da grande proporção de casos avançados no Brasil e no Piauí é o longo tempo de espera para o diagnóstico e início do tratamento.

Ele explica que a capacitação dos médicos que atuam no atendimento primário da saúde da mulher é a principal estratégia para que haja um encaminhamento da maioria das pacientes com sintomas mamários para os hospitais de referências de alta complexidade para que seja realizado, de imediato, o diagnóstico de câncer, e não retarde o início do tratamento e evite a progressão da doença e consequente piora do prognóstico.

O câncer de mama tem incidência crescente, sendo a principal causa de morte por neoplasia nas mulheres brasileiras. Segundo estimativas do Ministério da Saúde no Brasil, são estimados cerca de 57 mil casos novos em 2016. No Piauí, cerca de 500 casos novos serão diagnosticados este ano.

Benedito Borges explica que o treinamento vai possibilitar aos médicos realizarem o atendimento resolutivo, com consulta única, onde o paciente será atendido e realizará, no mesmo dia, os exames necessários para o diagnóstico. “No HGV, temos um Centro de Diagnóstico com mamógrafos e sala para realização de biópsias ambulatoriais, acoplada ao serviço de patologia para diagnóstico citológico imediato", explica o médico. Para ele, 55% dos casos que iniciam o tratamento nos hospitais públicos do Brasil encontram-se no estágio 3.

Uma solução de curto prazo será implantar o atendimento imediato e capacitar os mastologistas para o atendimento resolutivo integrado com os radiologistas e patologistas para eliminar o tempo de espera da primeira consulta (triagem) e exames diagnósticos (mamografia, ultrassom, biópsia e citologia oncótica), em uma única consulta e iniciar o tratamento precocemente, impedindo a progressão da doença e assim reduzir a mortalidade.