Economia

Problemas com plano de saúde fazem brasileiros voltarem para o SUS

Piauí Hoje

Terça - 21/09/2010 às 04:09



Dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) indicam que 44 milhões de brasileiros usam planos de assistência médica, em uma tentativa de fugir da baixa qualidade do serviço público. O problema é que, em vez de aumentar o conforto, o sistema privado provoca mais dores de cabeça nos usuários, o que faz com que muitos deles voltem a frequentar o SUS (Sistema Único de Saúde).É o caso da aposentada Heloísa Helena de Faria. Com trombose na perda esquerda, ela pagava mais de R$ 500 por um plano de saúde, mas era obrigada a fazer relatórios e pedidos a cada vez que precisava de tratamento. Depois de dez anos, ela optou por voltar ao sistema público, em razão da burocracia da rede privada.- No [hospital] público eu fui bem atendida.No Brasil, sete em cada dez usuários de plano de saúde têm ou já tiveram motivos para se queixar dos serviços. A principal reclamação é o atendimento, muitas vezes parecido com o do SUS. O grau de insatisfação dos clientes levou o setor a ocupar, em 2009, pela décima vez consecutiva, o primeiro lugar entre os que mais geraram reclamações ao Idec (Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor).A estudante Vanessa de Carvalho Rendeiro, de Brasília, por exemplo, acusa a seguradora de negligência. Grávida de gêmeos, ela chegou ao hospital com fortes contrações, quando estava no quinto mês de gestação, e precisava de um quarto. Vanessa diz que o plano não autorizou a internação e até a medicação foi cortada.O marido dela pagou a conta de R$ 9.000 reais pela internação particular e diz que o atendimento mudou por causa disso. O dinheiro foi ressarcido após briga na Justiça, mas é difícil superar a perda dos bebês, diz a estudante.Os planos de saúde se defendem e culpam a enxurrada de liminares na Justiça, o alto custo dos exames e o próprio consumidor, que muitas vezes quer receber mais do que tem direito, pelos problemas. Felipe Magalhães Rossi, da Associação Brasileira de Medicina de Grupo, diz que "o usuário quer todas as coberturas possíveis, o médico quer receber mais e a operadora quer cobrar mais".- Com isso, a administração [dos planos] se inviabiliza.

Fonte: Agências

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