Foto: Divulgação
Denominada “IL CAPO”, a operação tem como objetivo combater crimes praticados pelo ex-procurador-geral
Atualizado às 11h20min
Durante entrevista coletiva na sede do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), o promotor Rômulo Cordão informou que 12 mandatos de prisão serão cumpridos no total, em Teresina, municípios do interior do Piauí, no Ceará e no Tocantins. As prisões referem-se a pessoas próximas ao ex-procurador, que foram beneficiadas com o esquema.
“Havia uma folha de pagamento do Ministério Público, onde pessoas próximas de Emir eram contratadas irregularmente para trabalhar no MP, inclusive estagiários que recebiam salários de até R$ 30 mil. Todos eles recebiam em folha de pagamento, quantias abundantes e grande parte da remuneração era desviada para a família do ex-procurador”, afirma o promotor.
Ainda conforme Rômulo Cordão, somente os estagiários não tinham conhecimento do esquema fraudulento.
O esquema funcionava da seguinte forma: um estagiário ou outras pessoas da família de Emir Martins recebiam de R$ 12 mil a R$ 15 mil, sendo que um deles já chegou a receber R$ 30 mil em um mês. Todo esse dinheiro retornava para a conta do Emir e da ex-mulher. O valor declarado ao Tribunal de Contas do Estado (TCE), no entanto, era bem inferior ao que constava na folha adulterada, com o intuito de não levantar suspeitas do esquema.
Emir Martins FilhoFoto: Reprodução
Atualizado às 9h30min
O coordenador do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), promotor Rômulo Cordão, confirmou que além do ex-procurador Emir Martins, também foram presos o seu filho, o advogado Tiago Sauders Martins, a nora Susyane Araújo Lima Sauders Martins, a ex-esposa Maria da Glória. A famíla foi presa na cidade de Picos.
De acordo com o promotor Rômulo Cordão, somente para beneficiar a família, Emir Martins teria desviado R$ 8 milhões.
Matéria original
O ex-procurador-geral de Justiça do Piauí, Emir Martins Filho, foi preso na madrugada desta segunda-feira (24), na Avenida Presidente Kennedy, zona Leste de Teresina. Emir Martins é alvo de investigações Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e Ministério Público do Piauí (MPPI), pelos crimes de peculato, corrupção passiva e ativa, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Denominada “Il Capo”, a operação é executada pela Coordenação do Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (GAECO) e envolve policiais rodoviários federais e militares, com o objetivo de combater crimes praticados pelo ex-procurador-geral, , que dirigiu o Ministério Público do Piauí, de novembro de 2004 a novembro de 2008.
PRF na casa do ex-procurador-geralFoto: Divulgação
A operação tem origem em relatório de Processo de Controle Administrativo Lavrado pelo CNMP em 2010 da GAECO. Conforme os documentos, a auditoria realizada na folha de pagamentos dos servidores públicos do MP-PI identificou desvio de dinheiro público no período de gestão de Emir Martins Filho.
Os policiais chegaram na sede da Gaeco com a mala do procurador Emir Martins, que estava no carro no momento da prisão, além de computadores e pastas apreendidos no apartamento dele no condomínio Summer, no bairro Ilhotas, na zona Sul de Teresina. Estão sendo cumpridos vários Mandados de Busca e Apreensão na residência dos investigados e outros locais identificados pelas investigações como possíveis fontes de provas, em Teresina e Picos.
Foram apreendidos computadores e documenteosFoto: Divulgação
Para o promotor de Justiça Rômulo Cordão, coordenador do GAECO, CNMP e MPPI estão engajados no combate à corrupção e lavagem de dinheiro, preocupados com a boa gestão pública, servindo a sociedade com excelência e dedicação.
O Ministério Público Estadual investiga se houve vazamento de informação sobre operação,já que Emir Martins estava com a mala de viagem no carro, o que evidencia uma tentativa de fuga. Outros mandados não foram cumpridos porque os investigados a serem presos não foram encontrados, outro indício de vazamento de informação.
Condomínio onde mora o ex-procuradorFoto: Divulgação
Os presos foram levados para o Quartel do Comando Geral da Polícia Militar, no bairro Ilhotas, em Teresina. Todos vão responder pelos crimes de peculato - art. 312, corrupção passiva - art. 317, corrupção ativa - art. 333, lavagem de dinheiro - art. 1 da Lei 9.613/98, e formação de quadrilha ou bando (alterado para associação criminosa pela Lei 12.850/2013).- art. 288 do Código Penal Brasileiro.
Emir Martins na sede da GaecoFoto: Divulgação
Fonte: Redação
Siga nas redes sociais