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Presa aprovada pelo Enem espera sofrer preconceito de colegas

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Sábado - 11/02/2012 às 19:02



Foto: ig Cynthia Corvello na biblioteca do presídio
Cynthia Corvello na biblioteca do presídio
 A divulgação dos aprovados pelo Enem para ingressar em universidade pública é um alívio para os convocados. Não para todos. Cynthya Corvello, 40, que conquistou vaga no curso de História da Universidade Federal do Ceará (UFC), terá que esperar mais uma decisão para comemorar.

Cynthya foi condenada a 25 anos e quatro meses pela co-autoria de um duplo homicídio praticado em Fortaleza, no ano 1993. Hoje, ela está presa em regime fechado no Instituto Penal Feminino, em Itatinga (CE), e aguarda uma autorização da Justiça para frequentar as aulas.

A Defensoria Pública do Estado do Ceará entrou com um pedido na Justiça para que Cynthia seja autorizada a deixar a carceragem cinco vezes por semana e percorrer 30 quilômetros até Fortaleza para assistir às aulas do curso de História do Centro de Humanidades da UFC, no bairro Benfica, região central da capital.

“Eu tento trabalhar a minha mente para, caso haja uma negativa, eu não me sinta frustrada, e não desista desse sonho que é voltar a estudar, mesmo em cárcere”, conta.

Se conseguir o feito, a partir do dia 23, quando o semestre letivo começa, irá para as aulas com monitoramento eletrônico ou sob escolta policial.

“Se eu tiver vergonha da minha situação de apenada, e estar buscando crescimento mesmo em situação de cárcere, o preconceito vai me doer. Se eu tiver orgulho da minha situação de apenada, que mesmo em cárcere está buscando crescimento, eu acho que, pouco a pouco, as pessoas vão se aproximar, vão me conhecer, e, de repente, podem achar até positivo essa integração entre a sociedade reclusa e a sociedade liberta”, reflete.

Cynthya tirou 900 na Redação – a nota máxima é 1000. Nas provas objetivas, sua média foi 612. A boa pontuação, contudo, não foi suficiente para uma vaga no curso de Psicologia, sua primeira opção. Como as aulas do curso de Filosofia da UFC são à noite, a logística para comparecer às aulas seria ainda mais complicada. Restou História.

Fonte: ig

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