Política

RACHADINHA E PECULATO

PGR denuncia Iracema Portella ao STF por esquema de rachadinha na Câmara

O esquema veio à tona durante busca e apreensão na casa do ex-marido de Portella, senador Ciro Nogueira (PP-PI)

Alinny Maria

Quarta - 10/06/2020 às 09:34



Foto: Reprodução/Facebook Iracema Portella
Iracema Portella

A Procuradoria Geral da República (PGR) denunciou a deputada federal Iracema Portella (Progressistas-PI) ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feria (09) por suposto crime de peculato em um esquema conhecido como "rachadinha".  O esquema veio à tona durante busca e apreensão na casa do ex-marido de Portella, senador Ciro Nogueira (PP-PI), durante a Operação Metanoia, um desdobramento da Lava Jato.

Segundo a acusação, a parlamentar teria embolsado mais da metade de salários de assessores, em parceria com o ex-deputado distrital Cristiano Araújo (PSD). A defesa de Iracema Portella disse que a deputada federal recebeu com surpresa a denúncia apresentada pela Procuradoria Geral da República, "já que se trata de fatos inconsistentes. Entretanto, afirma que está tranquila e reafirma sua confiança na Justiça, que deverá revelar a verdade."

O caso tramita em sigilo no STF e foi aberto após um funcionário do deputado distrital Cristiano Araújo (PSD) ter dito à Polícia Federal que repassava parte do salário recebido na Câmara Legislativa à deputada. Na ocasião, a assessoria de Araújo informou que o deputado não tinha conhecimento dos repasses.

Rogério Cavalheiro é assessor do gabinete de Cristiano Araújo e foi indicado ao cargo por Iracema Portella. Ele disse que era obrigado a repassar a ela mais da metade do que recebia, todo mês, desde que assumiu o cargo. Do salário de R$ 11,7 mil, ele ficava com R$ 4 mil. O restante era levado, em dinheiro vivo, ao gabinete de Portella, na Câmara dos Deputados, por um assessor chamado Afonso.

O caso começou a ser investigado no ano de 2018 durante a operação de busca e apreensão na casa de Ciro Nogueira. No local, os policiais federais encontraram um envelope com R$ 8,2 mil em dinheiro, envoltos em dois contracheques de Rogério Oldacir. O embrulho pacote tinha descrito: "Entregar nas mãos Dep.".

A PF foi até a  casa do servidor comissionado e Rogério Oldacir afirmou que conheceu Iracema Portella e Ciro Nogueira há cerca de 10 anos. O repasse da parcela salarial, segundo ele, foi combinado antes mesmo da posse no cargo. 

As transferências eram feitas "em espécie ao assessor 'Afonso', entregando-lhe pessoalmente". Ainda de acordo com a PF, os contracheques que estavam no envelope apreendido mostravam valores líquidos de R$ 11.827,96 e R$ 3.804,15.

Fonte: Com informações do G1

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