Política

Mulheres carnaubeiras do Piauí são retratadas em documentário do MPT

O filme foi lançado no dia 5 de abril, na sede da Brasil Ceras, em Campo Maior, em evento com artesãs e representantes de instituições parceiras do projeto

Da Redação

Quinta - 11/04/2024 às 16:28



Foto: Divulgação Vida de artesãs carnaubeiras é retratada em documentário do Ministério Publico do Trabalho
Vida de artesãs carnaubeiras é retratada em documentário do Ministério Publico do Trabalho

A história de dezenas de mulheres carnaubeiras de Campo Maior e Piripiri foi retratada no documentário “Entre Tranças e Tramas – A revolução artesanal das mulheres da carnaúba”, produzido pelo Ministério Público do Trabalho em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT). O filme foi lançado no dia 5 de abril, na sede da Brasil Ceras, em Campo Maior, em evento com artesãs e representantes de instituições parceiras do projeto.

O curta de 15 minutos traz diversos relatos de mulheres entre 18 e 70 anos que tiveram suas vidas cruzadas com a carnaúba, uma planta nativa e exclusiva no Nordeste e usada nas indústrias alimentícia, automobilística, farmacêutica e cosmética, tanto no Brasil quanto no exterior. Da planta tudo se utiliza, desde o pó até a palha.

O procurador do Trabalho Edno Moura, da Coordenadoria Nacional de Erradicação do Trabalho Escravo e Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas (Conaete) do MPT, explica que a cadeia produtiva da carnaúba é uma das principais atividades econômicas do Piauí.

“No entanto, é uma atividade que, ao longo dos anos foi sendo manchada com o trabalho escravo. Foram vários os trabalhadores resgatados em situação degradante de trabalho, sendo explorados nessa atividade”, lembrou.

Os dados do MPT-PI, mostram que em 2023, o Piauí resgatou 86 trabalhadores em situação degradante de trabalho, representando 54% dos 159 resgatados no estado. É por isso que, em parceria com outras instituições, o MPT-PI iniciou um trabalho para promover um resgate da cadeia, dando melhores condições para todos os trabalhadores que têm na atividade a sua principal fonte de renda e que também se viam sem alternativa de renda na entressafra da carnaúba.

Por conta disso, em 2020, surgiu o “Plano de Promoção do Trabalho Decente na Cadeia Produtiva da Carnaúba”, lançado pela OIT e pelo MPT, para promover melhores condições de trabalho e a justiça social para os agricultores e as agricultoras. “A ideia, com esse plano, é fazer um trabalho de organização dos trabalhadores para eliminarmos a figura dos atravessadores e também que eles pudessem, estruturados em uma cooperativa, vender o pó diretamente aos fabricantes da cera e, por outro lado, ter a palha como uma aliada em uma geração de renda alternativa, com o artesanato que já era feito por muitas mulheres, mas sem pretensões comerciais”, contextualizou o procurador.

Assim, nasceu as Curicacas e Natupalha, grupos de artesãs de Campo Maior e Piripiri, respectivamente. O documentário mostra a história dos treinamentos e capacitações que foram feitos com essas mulheres para que elas pudessem agregar valor aos produtos e se tornarem economicamente viáveis. Um trabalho feito em conjunto também com o Sebrae-PI e a agência de fomento alemã GIZ e a consultoria da Nordestesse.

Fonte: MPT

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