Política

TENTATIVA DE GOLPE

Moura Cid confirmou para PF que realizava monitoramento de Alexandre de Morais

Integrantes teriam acompanhado o magistrado com objetivo de capturá-lo e detê-lo

Da Redação

Quarta - 13/03/2024 às 11:28



Foto: Foto Lula Marques/ Agência Brasil. Tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid
Tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid

Em depoimento prestado para a Polícia Federal, o tenente-coronel, Mauro Cid, confirmou o monitoramento do Ministro Alexandre de Morais, do Supremo Tribunal (STF), pela Abin paralela de Jair Bolsonaro, comandada pelo então ministro general Augusto Heleno e pelo delegado Paulo Ramage.

A informação revelada por ele, durante as investigações sobre a suposta tentativa em que integrantes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teriam acompanhado o itinerário, o deslocamento e a localização do magistrado com o objetivo de capturá-lo e detê-lo após a assinatura de um decreto de golpe de Estado. 

A Polícia Federal, o ex-ajudante de ordens esclareceu as circunstâncias em que foi realizado o monitoramento do ministro. Há cerca de um mês, foi deflagrada uma operação contra o ex-presidente, ex-ministros e ex-assessores investigados por tentar um golpe de Estado no país e invalidar as eleições de 2022. 

"A autoridade policial aponta que Augusto Heleno Ribeiro Pereira, Marcelo Costa Câmara e Mauro César Barbosa Cid integraram o núcleo de inteligência paralela, responsável pela coleta de dados e informações que pudessem auxiliar a tomada de decisões do ex-Presidente da República, Jair Messias Bolsonaro, na consumação do golpe de Estado. Os membros teriam monitorado o itinerário, o deslocamento e a localização do Ministro do Supremo Tribunal Federal e então chefe do Poder Judiciário Eleitoral, Alexandre de Moraes, e de possíveis outras autoridades da República, com o objetivo de captura e detenção, nas primeiras horas que se seguiram à assinatura do decreto de golpe de Estado", afirma a decisão de Moraes, na ocasião.

De acordo com a PF, haveria um núcleo de inteligência, composto pelo general Augusto Heleno, por Mauro Cid e por Marcelo Câmara, “que teria monitorado a agenda, o deslocamento aéreo e a localização” do ministro do STF Alexandre de Moraes, “com o escopo de garantir a captura e a detenção do então chefe do Poder Judiciário Eleitoral nas primeiras horas do início daquele plano”.

Segundo a decisão, Cid e Câmara usavam o codinome "professora" para identificar o ministro Alexandre de Moraes. Os deslocamentos feitos entre Brasília e São Paulo pelo ministro no período coincidem com as informações relatadas pelos ex-assessores de Bolsonaro e também com as reuniões realizadas no Palácio da Alvorada sobre a confecção de uma minuta golpista.

"Considerando que a minuta do decreto que declarava o Golpe de Estado previa a prisão do ministro Alexandre de Moraes, o acompanhamento e monitoramento da autoridade — inclusive durante o Natal (24/12/2022) — demonstra que o grupo criminoso tinha intenções reais de consumar a subversão do regime democrático, procedendo a eventual captura e detenção do Chefe do Poder Judiciário Eleitoral", afirma a decisão.

Fonte: O Globo

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