Política

ATIVISMO NO BC

Marcelo Castro condena a atuação política do presidente do BC e o compara a Sérgio Moro

Senador piauiense comenta que presidente do BC faz "carreirismo deplorável"

Sérgio Fontenele

Quinta - 20/06/2024 às 14:01



Foto: Agência Senado Senador Marcelo Castro
Senador Marcelo Castro

O senador Marcelo Castro, um dos líderes do (MDB) no Senado, condenou nesta quinta-feira (20), em Teresina, a postura do presidente do Banco Central Roberto Campos Neto, que tem demonstrado atuação política em favor do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, ambos bolsonaristas declarados.

O senador piauiense participou da abertura da 10ª Caravana Federativa, na manhã desta quinta-feira (20), em Teresina. Marcelo também condenou o trabalho de Campo Neto contra a economia do país ao manter a taxa básica de juros em 10,5%, também criticada pelo presidente Lula.

A crítica a Campos Neto se dá pela atuação política dele em favor do governador paulista, o que compromete a credibilidade do Banco Central. A "amizade" do presidente do BC governador parece um oferecimento para ocupar o Ministério da Fazenda num eventual mandato de Tarcísio de Freitas no Palácio do Planalto. Tarcísio tem buscado viabilizar uma candidatura a presidente em 2026.

Para Marcelo Castro, Campos Neto está "notoriamente fazendo campanha e se oferecendo para ser ministro de um futuro governo", o que classificou como "carreirismo deplorável", atitude que não dignifica o cargo de presidente do Banco Central. Por esse motivo, Castro compara a atitude de Campos Neto com Sérgio Moro, que, usando-se do cargo de juiz, condenou o presidente Lula e, com isso, se cacifou para assumir um ministério no governo Bolsonaro.

"Ele foi o ministro que condenou o Lula, tirou o Lula de competir como candidato a presidente em 2018. O Bolsonaro ganha a eleição e depois ele foi ser ministro do Bolsonaro. Ele estava, naturalmente, impedido moralmente de ser ministro daquele que ele ajudou a eleger. É como agora o presidente do Banco Central. Ele, de público, se o Tarciso fosse candidato viesse a se eleger, ele se ofereceu para ser o Ministro de Economia. Pelo amor de Deus! Isso é uma desfaçatez imperdoável de um presidente de Banco Central", declarou.

Sobre a manutenção da taxa Selic em 10,5%, Marcelo Castro afirma que é uma política "desnecessária" e a atitude atrapalha a economia do país, já que impede a expansão do crédito e do poder de consumo da população.

Apesar desse envolvimento, o senador piauiense não concorda com a proposta de impeachment do presidente do BC. "No final do ano ele sai e a gente bota um presidente que não vá fazer essas pataquadas".

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