Lula afirma não ter falado a palavra “holocausto” e reafirma genocídio

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Presidente Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou ter usado o termo "holocausto" ao condenar as ações de Israel contra os palestinos em entrevista nessa terça-feira (27).

Segundo o presidente, holocausto foi uma interpretação do primeiro-ministro israelense. Lula também afirmou que não tinha expectativas sobre a reação do primeiro-ministro.

"Eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender, porque eu conheço o cidadão [Netanyahu] historicamente já há algum tempo. Eu sei o que ele pensa ideologicamente", acrescentou.

O presidente reiterou que Netanyahu "está praticando genocídio contra mulheres e crianças" na Faixa de Gaza. "O governo de Israel quer, efetivamente, acabar com os palestinos nesse território", afirmou.

Como presidente do Brasil, cujo país preside o G20 este ano, ele condenou "os ataques terroristas" de 7 de outubro, quando comandos do Hamas mataram 1.160 pessoas, na maioria civis, e sequestraram cerca de 250 no sul de Israel, segundo um balanço da AFP baseado em dados israelenses.

No entanto, ele tem se mostrado cada vez mais crítico da resposta militar israelense, na qual quase 30.000 pessoas foram mortas em Gaza, em sua grande maioria civis, segundo o Ministério da Saúde desse território palestino governado pelo Hamas.

Pela rede X, antigo Twitter, Lula divulgou uma de suas afirmações durante a entrevista.

"Eu fui o primeiro presidente da República a visitar o Estado de Israel, quando ninguém visitava. Eu fiz muitas reuniões com o povo judeu. Eu visitei kibutzim. Nesta crise, eu fiz reuniões com famílias que tiveram familiares sequestrados e falei com líderes de países da região nos esforços de libertação dos reféns. Nunca misturo a atitude de um povo com as ações de um governante. E o que eu quero dizer em alto e bom som: o primeiro-ministro de Israel está praticando genocídio contra mulheres e crianças", disse.

Lula no X