Foto: Ricardo Stuckert
Lula e Janja durante cerimônia na Etiópia
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) participou como convidado da 37ª Cúpula da União Africana, composta por 55 países, na Etiópia. A solenidade de abertura da cúpula iniciou às 11h30 no horário local (5h30 no horário de Brasília), na capital do país, Adis Abeba, neste sábado (17).
Com o apoio de Lula, a entidade iniciou sua integração ao G20 em 2023, sob a presidência do Brasil.
Durante o evento, o presidente dirigiu críticas à “extrema direita racista e xenófoba” e afirmou que a ocasião era uma oportunidade de “resgatar as melhores tradições humanistas” dos líderes dos países africanos responsáveis pela descolonização europeia no continente.
Na ocasião, O petista ainda reforçou importância de uma reaproximação com o continente africano e afirmou que, por muito tempo, o Brasil foi governado sem olhar para África, mesmo tendo uma dívida histórica com o continente.
“Voltei a presidir o país, eu voltei e quero contribuir com o continente africano. Tudo, muito ou pouco, que o Brasil tem, quero compartilhar com o os países africanos, pois temos uma dívida histórica de 300 anos de escravidão que a única forma de pagar é com solidariedade e muito amor” disse Lula em seu discurso.
Em seu discurso, Lula ainda condenou os ataques no conflito armado entre Israel e Hamas. Em sua fala, o presidente afirmou que a guerra só terá fim quando for criado um Estado Palestino “livre e soberano”.
Ser humanista hoje implica condenar os ataques perpetrados pelo Hamas contra civis israelenses e demandar a libertação imediata de todos os reféns. Ser humanista impõe igualmente o rechaço a resposta desproporcional de Israel que vitimou quase 30 mil palestinos em Gaza, em sua ampla maioria, mulheres e crianças e provocou deslocamento forçado de mais de 80% da população. A solução para essa crise só será duradoura se avançarmos rapidamente na criação de um Estado Palestino livre e soberano, um Estado Palestino que seja reconhecido como membro pleno das Nações Unidas”, afirmou o presidente brasileiro.
Antes da reunião principal da cúpula, Lula teve uma reunião agendada com o Secretário-Geral das Nações Unidas, António Guterres. Além disso, estavam planejados encontros com o primeiro-ministro da Palestina, Mohammad Shtayyeh, e uma reunião bilateral com o presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi.
O primeiro dia de agenda na Etiópia, na sexta-feira (16), foi marcado por um encontro com o primeiro-ministro Abiy Ahmed. O presidente também estava programado para participar de um evento da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) sobre financiamento climático para a agricultura e segurança alimentar com outros líderes africanos. No entanto, essa agenda foi cancelada devido à ausência das autoridades.
Segundo informações da Presidência da República, o cancelamento aconteceu em decorrência da convocação de vários presidentes africanos para uma reunião de emergência na União Africana, que discutiria o conflito na região leste da República Democrática do Congo.
Neste sábado, Lula está previsto para participar de um almoço em homenagem às autoridades que participam da cúpula, oferecido por Abiy Ahmed e pelo presidente da Comissão da União Africana, Moussa Faki Mahamat.
À noite, o presidente estará presente no jantar da cúpula, oferecido por Abiy Ahmed. Lula deve retornar ao Brasil no próximo domingo (18).
Confira na íntegra o discurso de Lula na 37ª Cúpula da União Africana:
Fonte: Da Redação com informações do DCM e Globo
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