Política

PARALISAÇÃO

Funcionários da DATAPREV, em São Paulo, aprovam greve

Após denúncias de assédio moral e demissões na empresa, trabalhadores decidem parar a partir da próxima quinta-feira (30)

Redação

Segunda - 27/01/2020 às 20:59



Foto: Aquivo Dataprev Prédio da Dataprev no Setor de Autaquias de Brasília
Prédio da Dataprev no Setor de Autaquias de Brasília

Em assembleia conduzida pelo Sindpd, na manhã desta segunda-feira (27), os trabalhadores da DATAPREV, em São Paulo, aprovaram por ampla maioria a adesão a greve dos profissionais da estatal. A greve na empresa de processamento de dados previdenciários já acontece em outras capitais e ocorre após cortes e demissões na empresa.

A decisão da adesão à greve ocorreu após inúmeras denúncias de demissões em massa, precarização, assédio moral e coação em todo o Brasil. No encontro foram esclarecidas as dúvidas dos trabalhadores com relação ao desmonte promovido em todo o país, culminando com a crise na concessão de benefícios previdenciários pelo INSS. O desmonte da estatal responsável pelo processamento de dados previdenciários vem atrasando o recebimento de pensões e aposentadorias em todo o país.

Tal movimento ocorre no mesmo momento em que a empresa foi incluída no Programa de Parceria de Investimentos (PPI), medida que abre caminho para à privatização da DATAPREV.

A empresa, hoje, possui mais de 3500 funcionários distribuídos pelo Brasil. A estrutura conta com três data centers, localizados nas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. A empresa possuí ainda cinco unidades de desenvolvimento, localizadas nas cidades de Fortaleza, João Pessoa, Natal, Rio de Janeiro e Florianópolis. O atendimento operacional e técnico é garantido pelas 27 regionais, uma em cada capital.

Ao passar a gestão dos nossos dados previdenciários para uma empresa privada, isso é, que tem compromisso único e exclusivo com o lucro de seus acionistas, o atual governo se arrisca a um vazamento sem precedentes dos dados da grande maioria dos brasileiros.

"Não são nas estatais que estão os maiores escândalos de venda de dados sigilosos. Vimos com o caso Facebook x Cambridge Analytca, o quão perigoso pode ser para um país passar para uma empresa acostumada ao tratamento comercial dos dados. Estão querendo jogar os trabalhadores da DATAPREV contra o povo brasileiro. Primeiro, eles desmontam a estrutura da empresa com demissões em massa e causam uma crise nacional na concessão de benefícios previdenciários. Depois, surgem declarações mentirosas e caluniosas do Sr. Salim Mattar (Secretário Especial de Desestatização) dizendo que os trabalhadores da DATAPREV vendem os dados públicos. Tudo isso para justificar a privatização da empresa. Os trabalhadores não vão aceitar esses ataques e a precarização que querem impor. A greve é resultado do desmonte que vem sendo promovido na empresa em todo o país.", afirmou Antonio Neto, Presidente do Sindpd (Sindicatos dos Profissionais em Processamento de Dados e TI do Estado de SP)

Fonte: Vitor Imafuku Imprensa

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