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CPI da Equatorial: falta de energia causa perdas de negócios e novos empregos

Presidente da Aprosoja falou sobre utilizar recursos próprios para investimentos energéticos

Da Redação

Quarta - 24/05/2023 às 14:45



Foto: Alepi Plenário da Assembleia Legislativa do Piauí
Plenário da Assembleia Legislativa do Piauí

O presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Piauí), Alzir Neto, foi ouvido, nesta quarta-feira, 24, pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Assembleia Legislativa do Piauí (Alepi) que investiga os serviços prestados pela Equatorial.

Alzir Neto falou sobre a necessidade de utilizar recursos próprios para investimentos energéticos, a falta de transparência dos contratos e a perda de novos negócios que poderiam gerar mais empregos no estado como alguns dos muitos problemas causados pela má qualidade dos serviços prestados pela empresa de energia.

Ele enumerou vários casos em que os produtores precisaram fazer investimentos em infraestrutura de energia com os próprios recursos. Assim que a Aprosoja Piauí foi criada, a primeira iniciativa da entidade foi construir cerca de 300 km de linhas de transmissão. Outro caso citado foi o de usinas fotovoltaicas que demoram até um ano para serem integradas à rede da Equatorial. “Se a gente investe, se a gente constrói a rede, a gente entrega para eles e a gente não tem qualidade no serviço, não sei qual o objetivo que a concessionária tem”, questionou o presidente da entidade.

A redução da capacidade do Piauí de atrair grandes empresas também fez com que Alzir Neto enumerasse diversos casos. “Essa falta de infraestrutura energética tem gerado prejuízos para nossa população. Nós deixamos de investir em algodoeiras, em usinas de beneficiamento de grãos, em sementeiras, usinas fotovoltaicas que não são ligadas no seu devido tempo, frigoríficos e indústrias, armazéns, unidades produtoras, mineradoras e isso tudo, todo esse custo tem se voltado, principalmente, para os produtores”, relatou o produtor de grãos.

Quanto aos frigoríficos, Alzir Neto destacou um empresário que tenta se instalar no Piauí, mas a falta de energia de qualidade inviabiliza. “Nós temos um frigorífico de frango que, há praticamente 10 anos, tenta se instalar na região de Uruçuí, com investimento altíssimo, podendo gerar mais de 5 mil empregos e não vêm por essa questão”, exemplificou o presidente da Aprosoja Piauí.

Os deputados Nerinho (PT), relator da CPI, e Simone Pereira (MDB) elogiaram o relatório enviado previamente pela entidade e destacaram as perdas que os produtores têm por conta da falta de ligação das usinas fotovoltaicas e da necessidade de utilizar geradores a diesel.

O presidente da Aprosoja Piauí disse que há muita falta de transparência nesses contratos e que os consumidores são o lado mais frágil porque eles são feitos por demanda. Isso se deve, inclusive, a uma privatização mal feita que criou um monopólio no serviço de distribuição de energia do estado. 

Nota de Esclarecimento da Equatorial I

Sobre os depoimentos na reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito realizada nesta quarta-feira (24), a Equatorial Piauí informa que trabalha diariamente realizando a gestão do fornecimento em áreas rurais que, muitas vezes, são de difícil acesso. Junto à complexidade operacional, estão os aumentos de carga à revelia da Distribuidora, o que acaba por sobrecarregar o sistema e prejudicar o fornecimento.

A empresa ainda destaca que nos últimos 4 anos, 12 grandes subestações foram entregues para suporte à instalação de novos empreendimentos, sendo 3 somente na região sul, onde está concentrado o agronegócio. Os investimentos totais já passam dos R$ 2 bilhões, em todo o Estado.

A Distribuidora explica que o atendimento a novas cargas na região do agronegócio é complexo, devido a extensão geográfica, sazonalidade das cargas e questões regulatórias. A concessionária ainda reforça que os clientes são assistidos por uma equipe especializada, que oferece todas as informações necessárias para um pleno atendimento.

Por fim, a Equatorial comunica que solicitará ao depoentes, um levantamento dos casos pontuais apresentados durante a oitiva.

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