Política

DESEMBARGADORA

CNJ afasta desembargadora do TJ do Rio que atacou Marielle Franco nas redes sociais

A magistrada Marília de Castro não poderá proferir decisões nem participar de julgamentos

Da Redação

Quinta - 23/05/2024 às 10:53



Foto: — Foto: Reprodução Desembargadora Marília de Castro Neves Vieira
Desembargadora Marília de Castro Neves Vieira

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) decidiu nesta terça-feira pelo afastamento da desembargadora Marília de Castro Neves Vieira, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, por 90 dias. Durante esse período, a magistrada não poderá proferir decisões nem participar de julgamentos.

Marília de Castro Neves foi alvo de ação no conselho devido a postagens nas redes sociais, em que afirmava que a vereadora Marielle Franco, assassinada em 14 de março de 2018, estaria envolvida com criminosos.

Na postagem de 2018, a desembargadora também alegou que a vereadora foi eleita pelo Comando Vermelho e foi assassinada por "descumprir compromissos assumidos com seus apoiadores".

O CNJ abriu o processo disciplinar em 2020 para investigar o descumprimento das resoluções do conselho, que restringem a participação de juízes nas redes sociais, além de possíveis infrações à Lei Orgânica da Magistratura e ao Código de Ética da Magistratura.

Apesar do afastamento, a desembargadora continuará recebendo seu salário.

Conhecida por 'verborragia' e ataques nas redes sociais

A desembargadora Marília de Castro Neves Vieira, de 61 anos, é conhecida por sua 'verborragia' e ataques nas redes sociais. Sua citação favorita, conforme consta em seu perfil no Facebook, é "conhece a verdade e ela te libertará", uma adaptação do Evangelho de São João. No entanto, foi ao divulgar uma fake news no mesmo perfil que ela ganhou notoriedade fora dos tribunais.

Em um comentário feito sob a comoção da morte de Marielle Franco, Marília acusou a vereadora negra, criada no Complexo da Maré e defensora dos Direitos Humanos, de estar "engajada com bandidos" e de ter sido "eleita pelo Comando Vermelho".

Marília de Castro Neves é vista como uma profissional de atuação técnica e ideias controversas, tanto no tribunal quanto no Ministério Público, onde atuou como procuradora de Justiça desde 1985, até ser promovida a desembargadora pela "regra do quinto".

Por essa regra, um quinto das vagas nos tribunais pode ser ocupado por advogados ou membros do MP. Marília foi promovida a desembargadora em 2006, enquanto ainda era casada com o então procurador-geral do Rio, Marfan Martins Vieira. O filho do casal, Bernardo Vieira, é promotor de Justiça. Eles se divorciaram em 2010.

Fonte: O Globo

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: