Política

CORRUPÇÃO

Ciro Nogueira recebeu propina e cometeu crime de corrupção, diz PF ao STF

O delegado Rodrigo Borges Correia concluiu que houve repasse de propinas para Ciro Nogueira, pagas pelo empresário Joesley Batista

Da Redação

Sexta - 08/04/2022 às 20:23



Foto: Reprodução internet Jair Bolsonaro e Ciro Nogueira
Jair Bolsonaro e Ciro Nogueira

A PF (Polícia Federal) entregou hoje (sexta-feira - 8) ao Supremo Tribunal Federal o relatório final do inquérito que apurou suposto repasse de propinas do grupo J&F ao hoje ministro da Casa Civil do governo Jair Bolsonaro, Ciro Nogueira (PP-PI), em troca de apoio do PP à chapa Dilma-Temer, em 2014.

Em relatório de 61 páginas, o delegado Rodrigo Borges Correia concluiu que houve repasse de propinas para Ciro Nogueira, pagas pelo empresário Joesley Batista, para garantir o apoio da legenda à reeleição da petista.

"Joesley Mendonça Batista, por solicitação de Edson Antônio Edinho da Silva e auxiliado por Ricardo Saud, fez repasses de vantagens indevidas para Ciro Nogueira Lima Filho, visando a garantir o apoio do Partido Progressista às eleições da presidente Dilma Rousseff, no ano de 2014", disse a PF. "Parte da vantagem indevida foi encaminhada ao Partido Progressista, por determinação de Ciro Nogueira Lima Filho, por intermédio de doação oficial, como consta nos recibos da prestação de campanha".

Segundo a PF, uma parte da propina teria sido repassada em espécie por meio de um supermercado do irmão de Ciro Nogueira.

O relatório aponta que Ciro Nogueira teria cometido corrupção passiva, mas não pede o indiciamento do ministro. Isso ocorre porque há um entendimento de que a PF não pode indiciar autoridades com foro no STF.

O documento foi enviado à ministra Rosa Weber, relatoria do inquérito, que deverá repassar o documento à PGR. Caberá à Procuradoria avaliar se arquiva o caso ou apresenta denúncia.

A investigação foi aberta em 2018 pela PGR com base nas delações premiadas dos empresários Joesley Batista e Ricardo Saud, ex-diretor de relações institucionais do grupo J&F.

Em nota, o criminalista Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, afirmou que a conclusão da PF "é totalmente baseada somente em delações que não são corroboradas com nenhuma prova externa".

"Até porque a narrativa das delações não se sustenta", disse. "A Defesa tem absoluta confiança que o tempo das delações sem nenhuma fundamentação já está devidamente superado pelas decisões independentes do Ministério Público e do Supremo Tribunal Federal."

Fonte: PF, UOL, Globo, G1, Estarão e Folha

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