Política

MEDIDA PROVISÓRIA

Câmara dos deputados aprova privatização da Eletrobras

A medida prevê a emissão de novas ações da empresa, a serem vendidas no mercado e resultando na perda do controle mantido pela União

Quinta - 20/05/2021 às 08:04



Foto: abio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil Reunião de instalação da comissão especial criada para analisar a privatização da Eletrobras
Reunião de instalação da comissão especial criada para analisar a privatização da Eletrobras

A Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira (20) a Medida Provisória 1031/21, que viabiliza a desestatização da Eletrobras, estatal vinculada ao Ministério de Minas e Energia que responde por 30% da energia gerada no País. Aprovada na forma do texto do relator, deputado Elmar Nascimento (DEM-BA), a MP será enviada ao Senado.        

O modelo de desestatização prevê a emissão de novas ações da Eletrobras, a serem vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela União.

Essa forma de desestatização é a mesma proposta no PL 5877/19, que o governo enviou em 2019 mas não foi adiante. Apesar de perder o controle, a União terá uma ação de classe especial (golden share) que lhe garante poder de veto em decisões da assembleia de acionistas a fim de evitar que algum deles ou um grupo de vários detenha mais de 10% do capital votante da Eletrobras.

        

De acordo com o texto do relator, esse tipo de mecanismo poderá ser usado para a desestatização de outras empresas públicas.

        

Termelétricas
Antes da votação, Elmar Nascimento reformulou o parecer e retirou, dentre as condições da capitalização da Eletrobras, a contratação de energia de reserva de termelétricas movidas a gás natural em montante equivalente a 1.000 MW em estado do Nordeste que ainda não tenha gasoduto e outros 5 mil MW nas regiões Norte e Centro-Oeste.

        

Garantias
A operação acionária de capitalização da Eletrobras só ocorrerá após a transformação da MP em lei, mas o texto já permite ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) iniciar os estudos para a emissão das novas ações. Mesmo após a capitalização, as garantias concedidas pela União à Eletrobras e a suas subsidiárias continuarão valendo para os contratos firmados anteriormente. “Buscamos redirecionar para os pequenos e médios consumidores, e não para os grandes, os principais benefícios dessa importante mudança no marco do setor elétrico”, afirmou o relator.

Governadores eram contra a privatização

Os governadores do Consórcio Nordeste, que tem como presidente o governador do Piauí, Wellington Dias (PT, divulgaram carta na terça-feira, 18, onde expressam serem contrários à medida provisória 1031/2021, que dispõe sobre a desestatização da empresa Centrais Elétricas Brasileiras S.A. – Eletrobras, em tramitação no Congresso Nacional.

Eles argumentam que, em 70 anos, a empresa foi fundamental para o desenvolvimento nacional e ressaltam preocupação com o risco de manipulação de mercado decorrente da concentração do setor de energia nas mãos de um único agente privado, já que serão transferidos 40% da transmissão, 30% da geração e 50% da energia armazenável pelos rios e bacias.

Repercussão

Com a decisão, muitos políticos se posicionaram sobre o assunto.


Merlong apresenta emenda para que o Piauí não seja prejudicado com a venda da Eletrobras

Governo Federal garante a regularização de terreno do Parque Universitário

 

Fonte: Com informações de Agência Câmara de Notícias

Siga nas redes sociais

Compartilhe essa notícia: