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Após redução da taxa de juros, BC prevê crescimento econômico a partir do 3º tri

Avanço das reformas no Legislativo e ambiente externo favorável contribuem para o otimismo

Redacão

Segunda - 09/12/2019 às 13:35



Foto: Divulgação Redução da taxa de juros
Redução da taxa de juros

Após redução da taxa de juros, BC prevê crescimento econômico a partir do 3º tri

Avanço das reformas no Legislativo e ambiente externo favorável contribuem para o otimismo

No último dia 5 de novembro, o Banco Central (BC), por meio do seu Comitê de Política Monetária, decidiu reduzir a taxa básica de juros da economia, a Selic, para 5% ao ano, corte de 0,5 ponto ante a reunião do mês anterior e o menor patamar da série histórica. Para isso, a instituição destacou que o Brasil segue processo de recuperação e ressaltou a importância dos próximos passos da economia.

“O Copom avalia que o processo de reformas e ajustes necessários na economia brasileira tem avançado, mas enfatiza que perseverar nesse processo é essencial para permitir a consolidação da queda da taxa de juros estrutural e para a recuperação sustentável da economia”, aponta a ata da reunião realizada no início deste mês. Ainda segundo o Banco Central, a percepção dos agentes econômicos sobre o avanço das reformas fiscal e previdenciária tem afetado as projeções macroeconômicas para o país.

As projeções do Copom para a Selic, diante das atuais condições da economia, são de algo em torno de 3,4% para 2019, 3,6% para 2020 e 3,5% para 2021. Para isso, o Banco supõe uma taxa de juros de 4,5% até o final deste ano, mantendo-se nesse patamar ao longo de 2020 e chegando até 6,38% em 2021.

Para o dólar, a previsão no início deste mês era de uma taxa de câmbio de R$ 4,00/US$ até o final de 2019, chegando a R$ 3,95 até o final de 2021. Nesse cenário, as projeções para a inflação de 5,2% para 2019, 4,0% para 2020 e 3,8% para 2021.

Essas avaliações levaram em consideração a “ampliação do grau de estímulo monetário, do ambiente externo relativamente favorável para economias emergentes e das perspectivas de melhoria dos fundamentos da economia brasileira, como resultado da agenda de reformas e ajustes necessários na economia”. Ou seja, apesar de otimista com a economia brasileira, o BC enfatiza que a conclusão dessas previsões está atrelada ao bom andamento da agenda de reformas e a eventos incertos, como conflitos de natureza geopolítica que ainda assombram o mercado internacional.

“As incertezas no cenário externo implicam riscos para ativos cuja precificação dependa sobremaneira de um cenário com taxas de juros globais baixas e manutenção do ritmo de crescimento econômico recente”, reafirma o Copom em nota na qual destaca o “balanço de pagamentos robusto” da economia brasileira para absorver um possível revés na economia mundial.

O otimismo do Copom foi endossado, mais recentemente, pela Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), organização internacional conhecida por reunir os países mais ricos do mundo. No último dia 21 de novembro, a instituição publicou o documento Economic Outlook 2019, o qual prevê um crescimento de 0,8% para o PIB brasileiro este ano, valor abaixo dos 0,99% previstos pelo mercado financeiro no último boletim Focus, divulgado pelo BC em 25 de novembro.

A OCDE, também ressalta a importância da aprovação da reforma previdenciária para a recuperação da economia e aponta uma maior sustentação do consumo nos próximos meses diante da flexibilização das regras para o saque do FGTS. “Partindo do pressuposto de que a agenda de reformas continua avançando, projeta-se que o crescimento ganhe impulso em 2020”, avalia o relatório da OCDE, que não descarta riscos associados a um “cenário político fragmentado”, que dificulta a construção de consensos em relação às pautas macroeconômicas que exigem ampla maioria no Legislativo.

Em relação ao cenário internacional, a OCDE aponta explicitamente a guerra comercial sino-americana como um ponto de atenção para a economia brasileira. “O agravamento das tensões comerciais globais pode desviar o comércio para o benefício do Brasil no curto prazo, mas com o custo de prejudicar a demanda futura de importação da China e dos Estados Unidos, os dois principais parceiros comerciais do Brasil”, avalia a OCDE.

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