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Ministro Sérgio Moro pede demissão após exoneração do diretor da PF

Moro disse que não concorda com uma exoneração sem justificativa e disse que agora vai descansar

Alinny Maria

Sexta - 24/04/2020 às 11:31



Foto: Agência Reuters Moro e Bolsonaro
Moro e Bolsonaro

O ministro da Justiça e da Segurança Pública Sérgio Moro acaba de anunciar sua saída do governo Jair Bolsonaro. Moro convocou o  pronunciamento que teve início às 11h no Ministério da Justiça, onde ele fala pela primeira vez após a exoneração do diretor-geral da Polícia Federal, o delegado Maurício Valeixo. 

Bolsonaro decidiu exonerar Maurício Valeixo do Cargo sem avisar e a decisão foi publicada no Diário Oficial da União desta sexta-feira (24). "Eu não assinei esse decreto. Em nenhum momento houve um pedido formal. Fiquei sabendo da exoneração do diretor-geral da Polícia Federal pelo Diário Oficial. Ontem à noite, ele [Maurício Valério] me ligou para perguntar se eu concordava. Concordar com o que se eu nem sabia. [...] não vejo justificativa. Vou começar a empacotar as minhas coisas e vou providenciar o encaminhamento da minha demissão, disse Moro no pronunciamento.

Moro disse que abandonou a magistratura e que infelizmente é um caminho sem volta, mas que sabia dos riscos. "Vou descansar um pouco. Foram 22 anos, e praticamente não tive descanso. Vou procurar um emprego! Não enriqueci com o serviço público. Independe de onde eu esteja, sempre vou estar a disposição do país. Sempre respeitando o mandamento do Ministério da Justiça e Segurança Pública, que é fazer a coisa certa sempre",  afirmou Sergio Moro no fim de seu pronunciamento.

O ex-juiz federal deixa o Ministério da Justiça e da Segurança após um ano e quatro meses no primeiro escalão do governo do presidente Jair Bolsonaro.  Em seu pronunciamento, Moro afirmou que disse para Bolsonaro que não se opunha à troca de comando na PF, desde que o presidente lhe apresentasse uma razão para isso. O ex-ministro revelou que o presidente quer colher informações dentro da Polícia Federal, como relatórios de inteligência.

O presidente me disse que queria ter uma pessoa do contato pessoal dele, que ele pudesse ligar, que ele pudesse colher informações, que ele pudesse colher relatórios de inteligência, seja diretor, seja superintendente. E realmente não é o papel da Polícia Federal prestar esse tipo de informação", disparou Moro.

Sergio Moro ainda comparou a situação com a época em que ele conduzia os processos da  Operação Lava Jato como juiz. "Imaginem se durante a própria Lava Jato, ministro, diretor-geral, presidente, a então presidente Dilma, o ex-presidente, ficassem ligando para o superintendente em Curitiba para colher informações sobre as investigações em andamento?".

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