Policiais Civis do Ceará decidem entrar em greve por tempo indetermina

Piauí Hoje


Policiais civis do Ceará decretaram estado de greve, na noite da última sexta-feira, em assembléia extraordinária no Sindicato dos Policiais Civis de Carreira (Sinpoci), no Centro de Fortaleza. Segundo o presidente da categoria, Weudo Queiroz, as atividades de 1.782 policiais em todo o Estado poderão ser paralisadas, por tempo indeterminado, a partir da próxima quinta-feira, durante assembléia-geral que será realizada em plena rua Monsenhor Luís Rocha, em frente ao prédio da entidade. De acordo ainda com o presidente do sindicato, a categoria reivindica a implantação do Projeto Gênesis (que estabelece o subsídio nos salários de delegados, inspetores, escrivães e peritos), como ainda melhores condições de trabalho, que têm como prioridade a retirada dos presos de delegacias.Segundo Weudo Queiroz, a categoria está "no limite" do estresse e recusou a proposta da própria diretoria do sindicato para uma paralisação de 24 horas. "Propomos uma paralisação de 24 horas, mas nenhum policial aceitou. A paralisação por tempo indeterminado é o desejo da classe", comentou. No início do Governo Cid Gomes, os policiais civis perderam os benefícios do vale-transporte e do vale-refeição, além de serem surpreendidos com pelas regras comuns da aposentadoria.De acordo com levantamentos do Sinpoci, o reajuste salarial dado pelo Governo do Estado, em junho desde ano, sequer cobre o que a categoria perdeu com a retirada dos benefícios. Atualmente, o policial recebe a quantia de R$ 1,2 mil, mensais, mas com os descontos o valor é reduzido para R$ 950. "Somos o único estado do Nordeste em que o policial é pago a nível de salário. Todos os demais estados nordestinos já adotaram o subsídio", observou o sindicalista.O Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Ceará (Sindepol) também realizará uma assembléia extraordinária, na próxima sexta-feira. A categoria também deverá discutir a implementação do Projeto Gênesis, como ainda a questão da aposentadoria pelas regras comuns. "O secretário Roberto Monteiro (Segurança Pública e Defesa Social - SSPDS) se mostrou bem intencionado ao apresentar o projeto ao Governo do Estado. Mas a coisa emperrou quando chegou à Seplag (Secretaria de Planejamento e Gestão). Não há resposta, nem que sim nem que não. As categorias não estão mais acreditando em promessas. É preciso que a Lei do Subsídio seja encaminhada à Assembléia Legislativa. É a resposta que esperamos do Governo", comentou o presidente do Sindepol, delegado Lusimar de Moura.Para o delegado, a questão da aposentadoria é tão importante quanto à questão salarial. "O policial se aposentava nas regras da Lei Complementar 51/85, que prevê 20 anos de atividade e 10 anos de contribuição. Muitos delegados já aguardavam a aposentadoria, quando foram novamente convocados a assumirem seus postos. Pelas regras comuns, eles só poderão se aposentar a partir dos 60 anos de idade. É uma idade que representa um risco para a sociedade, diante do estresse da profissão. Não estão levando em consideração a idade psicológica. Todo trabalhador, quando vai para emprego, abraça a mulher e os filhos. O policial, não. Ele se despede, pois não sabe se volta", ressaltou Lusimar de Moura.

Fonte: O Povo

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