Foto: Polícia Federal
Coletiva de imprensa sobre a Operação Falsários
O delegado Albert Paulo Sérvio de Moura, da Polícia Federal, deu detalhes sobre a operação 'Falsário' durante coletiva de imprensa na sede da PF, em Parnaíba, na manhã desta sexta-feira (28). A operação foi deflagrada hoje com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudar a concessão de benefícios do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). Cinco pessoas foram presas, sendo quatro mulheres e um homem.
A PF não divulgou os nomes dos envolvidos, mas disse que um servidor que já foi gerente executivo está entre os presos. Ao todo, 12 mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Parnaíba e Teresina. Entre os alvos estão servidores do INSS. Eles são acusados de gerar prejuízo de R$ 114 milhões aos cofres públicos. A quadrilha falsificava aposentadorias e salário maternidade. Também foram apreendidos R$ 51 mil e dois veículos.
"Havia uma divisão muito clara de tarefas. Existia um núcleo de pessoas especializadas em buscar falsos beneficiários e essas pessoas eram recrutadas não só aqui no Piauí, mas também no estado do Ceará. As pessoas que eram regimentadas sediam seus dados pessoais e os integrantes da organização criminosa davam entrada em pedidos de benefícios, principalmente de aposentadorias", explica o delegado Albert Sérvio.
O delegado explicou ainda que após o pedido ser protocolado junto ao INSS, ele era direcionado ao servidor envolvido na organização criminosa que providenciava de imediato o requerimento dos procedimentos mesmo sem a documentação adequada.
"O pagamento das vantagens envolvidas ocorria logo após o deferimento dos benefícios quando o beneficiário era acompanhando pela organização criminosa até as agências bancárias para fazer empréstimos consignados. O dinheiro arrecadado com esses empréstimos era destinado ao pagamento das vantagens indevidas. Dai para frente, o falso beneficiário ficava recebendo sua aposentadoria por tempo indeterminado", afirma o delegado.
No decorrer das investigações, já foram identificados 553 benefícios com sólidos indícios de fraude, os quais causaram prejuízo efetivo ao INSS no montante aproximado de R$ 11,2 milhões (valores já sacados). Todos os benefícios serão revisados administrativamente, com estimativa de prejuízo evitado de R$ 114,1 milhões.
A operação policial decorre de investigação iniciada em 2019 e desenvolvida no âmbito da Força Tarefa Previdenciária e Trabalhista no Estado do Piauí, unidade de Parnaíba/PI, integrada pela Polícia Federal e pela Coordenação-Geral de Inteligência Previdenciária e Trabalhista da Secretaria Executiva (CGINT) do Ministério do Trabalho e Previdência, em trabalho conjunto com o Ministério Público Federal.
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