Polícia

Polícia Federal investiga se Maria Ocionira e Leonardo Lima integram quadrilha especializada em fraudes contra o INSS

Foram encontrados vários documentos no apartamento de Leonardo Ferreira, suspeito de ser o mandante da morte de cabo-PM

Domingo - 18/12/2016 às 14:12



Foto: Paulo Pincel Sede da Polícia Federal, em Teresina
Sede da Polícia Federal, em Teresina

A Polícia Federal investiga a participação da diretora do Hospital Areolino de Abreu, Maria Ocionira Barbosa de Sousa, e do funcionário da Infraero, Leonardo Ferreira Lima, em uma quadrilha especializada em fraudar aposentadorias e pensões concedidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). A Polícia Federal passou a investigar os suspeitos de autoria do homicídio do cabo Claudemir de Paula Sousa, do Batalhão de Operações Especiais da Polícia Militar, executado com vários tiros de pistola e revólver, na noite do dia 6 de dezembro, em frente a uma academia de ginástica no bairro Saci, em Teresina.

Foram encontrados vários documentos no apartamento de Leonardo Ferreira Lima, suspeito de ser o mandante da morte do PM, além de levantados vários outros indícios que revelam a participação dele num esquema de fraude em aposentadorias concedidas pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS).

O inquérito policial sobre a morte de Claudemir concluiu que o crime foi passional. Havia um triângulo amoroso entre Claudemir, Maria Ocionira Barbosa de Sousa e Leonardo. O cabo-PM foi morto por ciúme e porque representava uma ameaça aos negócios escusos praticados pelo casal. 

Ostentação

O delegado do Grupo de Repressão ao Crime Organizado (Greco), que preside o inquérito, Gustavo Jung, adianta que tanto Leonardo, quanto Maria Ocionira Barbosa de Sousa, suspeita de co-autoria do crime, “ostentavam”, mantinham um padrão de vida incompatível com os salários que recebiam. Como as passagens compradas para a virada do ano em hotel de luxo no Rio Grande do Norte, para Amsterdã, na Holanda, no final de janeiro.

Leonardo Ferreira ganhava pouco mais de R$ 3 mil na Infraero e Maria Ocionira tem vencimento líquido de R$ 3.040,38, por exercer o cargo comissionado exclusivo de diretora do Hospital Areolino de Abreu, segundo o Portal da Transparência. Ocionira é dona de um Troller, avaliado em mais de R$ 100 mil. Ela disse à polícia que o carro é de Leonardo, que colocou o veículo no nome dela para não inclui-lo numa partilha de bens, já que estava se separando.  

"Encontramos documentos na casa do Leonardo contendo nome dela e referências a valores financeiros que pertenceriam a ela e a ele. O Leonardo anotava esses valores e descrevia assim: para Maria Ocionira tanto; para Leonardo tanto. Eles rateavam esses valores, era uma parceria. Apreendemos produtos e materiais usados em fraudes como selos judiciais, selos de serventias cartorais, carimbos de tabelionatos de notas, carimbos de sindicatos de trabalhadores rurais do Piauí. Ainda não sabemos se todo esse material era falso, mas com certeza, não deveria estar na residência dele", contou.  

A Polícia Civil ouviu pessoas próximas aos suspeitos e descobriu que ambos mantinham um padrão de vida elevado, incompatível com o que ganhavam no emprego. "O Leonardo exercia emprego público na Infraero. Temos conhecimento que o salário que ele recebia era cerca de R$ 3 mil a R$ 4 mil, mas ele ostentava um padrão de vida incompatível com a sua remuneração, assim como ela. Em seu depoimento, ela alegou que era diretora de um hospital de Teresina. Contudo, Ocionira aparentava um estilo de vida incompatível com as finanças que ela possuía".

Mentiras

O delegado também revela que Maria Ocionira mentiu ao depor no inquérito. "Maria Ocionira disse que no dia do crime ficou em casa e só saiu após receber ligações telefônicas de familiares da vítima. Porém, as investigações do Greco apontaram que a co-autora possuía um apartamento no mesmo condomínio do mandante, morava no bloco ao lado dele. Leonardo esteve no local no crime, em seguida foi para seu apartamento, desceu correndo, encontrou Ocionira e os dois conversaram e saíram juntos, depois retornaram para o condomínio e cada um foi para seu apartamento. Ela mentiu. No dia do crime, ela não ficou somente em casa. Os dois tiveram encontro neste apartamento" lembra.

Fonte: Redação

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